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MPPA quer perícias, diligências e reprodução simulada do caso de advogado que matou a mãe

Promotor Franklin Prado busca elementos para subsidiar a denúncia contra o acusado

O Liberal

O caso do advogado Leonardo Felipe Giugni Bahia, que matou a mãe à facadas e feriu uma das irmãs, em janeiro deste ano, ganhou mais um capítulo. Desta vez, o promotor público Franklin Prado, do Ministério Público do Pará (MPPA), solicitou à Polícia perícias e diligências complementares e a reprodução simulada do assassinato. O objetivo é complementar a denúncia contra o acusado, que foi encaminhada  à Justiça logo após o ocorrido. 

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“A denúncia foi feita com base no flagrante, e faltam elementos que motivam. Agora, a solicitação para que sejam providenciados depoimentos de testemunhas, perícia do local de crime, precisar onde as armas foram encontradas (no caso, duas facas), se há vestígios na maçaneta da porta, na cama, na parede do quarto e a dinâmica do crime”, observou o promotor Franklin Prado nesta quarta-feira (20).

Como foi?

Ele solicitou a realização de exames especiais, a fim de se saber se foi lavado o local do crime; exame cadavérico possibilitando um croqui da posição do corpo da vítima; tamanho das perfurações à faca; identificação de qual faca foi utilizada na morte da pessoa e a que horas se deu a morte da vítima. O MPPA quer levantar quantas pessoas estavam no local do crime, ou seja, se agiram juntas ou somente foi um o autor do homicídio; obter informações colhidas por câmeras de segurança. 

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Foi solicitada a quebra de sigilo telefônico e do sigilo telemático, para identificação de mensagens antes e depois do crime. “Isso para se confirmar ou não a versão do acusado”, salientou o promotor. Franklin Prado disse que somente a reprodução simulada do caso só ocorrerá depois das diligências, e “eventualmente, o Ministério Público poderá ou não aditar a denúncia”.

O advogado Leonardo Giugni Bahia foi denunciado à Justiça como autor de crime de feminicídio qualificado por motivo torpe, por motivo de prejudicar a defesa da vítima, por a vítima ser mulher, por motivo fútil (discussão sobre um pão). Ele é acusado de praticar feminicídio contra a mãe e por tentativa de feminicídio contra a própria irmã. 

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Acerca do argumento de que o advogado teve um surto psicótico no momento do homicídio, o promotor público destacou que, a partir das novas diligências, se terá depoimentos do psiquiatra e do psicólogo. Vizinhos da casa onde seu deu o caso serão ouvidos. Um aspecto a ser esclarecido é por qual motivo o crime teria sido cometido por volta das 2 horas da madrugada e foi comunicado à Polícia somente às 5 horas.

Relembre o caso

Leonardo Giugni Bahia foi preso no começo da manhã de 18 de janeiro de 2022. Ele é acusado de ter esfaqueado até a morte a própria mãe, Arlene Giugni da Silva, no apartamento da família no edifício Villa Dei Fiori, na rua dos Mundurucus, bairro de Batista Campos, centro de Belém.

Foi o próprio advogado que ligou para a Polícia e se entregou, tendo sido apresentado na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, no bairro de São Brás. A irmã do acusado foi ferida. Na época, a principal linha de investigação da Polícia envolvia a hipótese de que Leonardo tinha sofrido um surto psicótico.

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O advogado saiu de casa e foi até um hospital após ter uma crise de alergia. Foi medicado e voltou para o apartamento. Leonardo e a mãe começaram a discutir por volta das 2h30, e, como apurou a Polícia na época, a discussão foi motivada por ato banal de colocar o pão na mesa. O delegado Cláudio Galeno, diretor da Homicídios, chegou a dizer que alguém entendeu que ele foi ríspido, e o acusado disse que não. “Mas nada que pudesse justificar a ação criminosa”, destacou, então, o delegado.

O advogado teria tido um surto psicótico e, armado de uma faca, golpeou a mãe mortalmente. Logo depois, dirigiu-se até onde a irmã dormia. Ele a acordou, enforcando a mulher e com a faca suja de sangue em uma das mãos. A irmã foi ferida por ele em uma das mãos e em uma perna com uma faca, como levantou a Polícia. “Então, ele pede para a irmã ir embora do local, fecha a porta e liga para o Centro Integrado de Operações (Ciop), como relatou o delegado. 

Belém