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Mesmo no verão, moradores não se livram de alagamentos das chuvas

Na passagem Elvira a situação de 15 anos se repetiu na noite passada

Cleide Magalhães

Menos de uma hora de forte chuva é o suficiente para que haja alagamentos em vários bairros de Belém, levando moradores a continuar a limpar a casa e a via pública até no dia seguinte. Essa situação se repete há cerca de 15 anos em um dos pontos mais críticos da cidade: Passagem Elvira com a Avenida João Paulo II, no bairro do Curió-Utinga, onde a água sempre atinge metros de altura. Na manhã desta terça-feira (13), moradores acordaram cedo para limpar a passagem com e retirada de lamas e outras sujeiras deixadas pelas chuvas que caíram na tarde e início da noite desta segunda-feira (12). A enxurrada também atingiu vários outros pontos da capital, na Terra Firme, Guamá e Cremação. 

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Moradores também tiveram casas ilhadas na Fernando Guilhon, entre 14 de Março e Quintino, na Cremação. 

Na escola estadual Professora Ruth Rosita de Nazaré Gonzales, na rua Paes de Souza, Guamá, os alunos postaram vídeos nas redes sociais mostrando a águas invadindo salas e outras áreas da escola no final da tarde e início da noite de ontem. Veja o vídeo: 


"Nesse tempo do verão quando chove também alaga com lance alto de água, chega a pelo menos dois metros de altura. No tempo de chuva é pior. Sempre esperamos secar a via para fazer a limpeza da casa e da rua. Ainda depois das chuvas, tem essa água constante de esgoto que fica escorrendo. Nem quando eram pontes e gente vivia desse jeito. O problema é que tem que colocar outra galeria, porque essa tubulação que colocaram, após as obras da João Paulo II, é pequena e não suporta tanta água”, reclama a autônoma Marinete Dantas Macedo, que tem 47 anos e vive no lugar desde os 13.

Ela conta ainda que devido aos alagamentos já perdeu guarda-roupa, geladeira, cama e teve que sem mudar para o andar de cima da casa para evitar maiores transtornos. “Como minha casa é de dois andares tive até que me mudar lá para cima. Mas o meu comércio fica em baixo e alaga tudo. A gente tem que ter um prefeito de coragem para fazer outra galeria. Isso acontece há mais de 15 anos e a Prefeitura de Belém não resolve”, critica a autônoma.

Verão alagado
 

Outra moradora da Passagem Elvira é a dona de casa Lindalva Cruz, 61 anos, que mora no perímetro há 29 anos. Ela também desabafa sobre a situação de descaso que a comunidade vive.

“Isso é um absurdo. O prefeito só olha porá gente perto da eleição para pedir votos. Quando chove a gente fica aflita. Meu marido morreu e não viu a Elvira asfaltada e esse problema resolvido. Sempre que a chuva passa fica essa imundice aí. A água entra pelo menos 100 metros para dentro da rua e atinge uns três metros de altura. Tenho problema de asma e passo mal com esse fedor. Mas o prefeito está lá na vida dele maravilhosa”, ironizou a dona de casa.

Prefeitura diz que obras seguem 
 

A Prefeitura de Belém foi procurada para listar as medidas que são mantidas mesmo no verão para a manutenção das áreas críticas de alagamentos. 

Em nota, a Secretaria de Saneamento (Sesan) declarou que a passagem Elvira "está localizada em uma área baixa do bairro Curió-Utinga", e explica que, para que a água da chuva tenha condições de escoamento, seria necessário "que o canal para onde esta água se destina esteja preparado para receber a rede de drenagem".

Segundo a Sesan, "seria nesta etapa em que as obras se encontram" - e onde a Prefeitura de Belém "realiza aprofundamento e dragagem no canal Murucutum". A secretaria diz ainda que no canal do Mártir, que também faz parte da mesma bacia hidrográfica, o "governo do Estado realiza obras de retificação e construção de barreiras de contenção". 

Segundo diz ainda a Prefeitura de Belém, "obras de drenagem sempre iniciam pelo local de lançamento das águas, para, somente depois, serem feitos investimentos em obras de microdrenagem, o que será executado na Passagem Elvira e outras vias do bairro Curió-Utinga".

Belém