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Hospital Ophir Loyola utiliza tecnologia assistiva para autonomia dos pacientes

Medidas de Terapia Ocupacional auxiliam no bem-estar e recuperação de pessoas em tratamento contra doenças neurológicas ou oncológicas

O Liberal
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Durante o enfrentamento de doenças neurológicas ou oncológicas, os pacientes podem sofrer diversas limitações, provenientes da enfermidade e, por vezes, do tratamento. Atividades simples, como a locomoção e a alimentação, podem ficar difíceis de serem executadas, por exemplo. Em Belém, o Hospital Ophir Loyola, referência para pessoas com doenças crônicas degenerativas, investe em tecnologia assistiva para que os enfermos consigam desenvolver sua autonomia e dependam o mínimo possível da ajuda de terceiros.

Uma doença autoimune levou o administrador Everson Martins, de 29 anos, a passar mais de quatro meses em estado grave na unidade de terapia intensiva do hospital. Em setembro de 2020, ele foi diagnosticado com a síndrome Guillain-Barré, doença em que o próprio sistema imunológico passa a atacar às células nervosas, levando à inflamação nos nervos e, consequentemente, gerando fraqueza e paralisia muscular, podendo levar à morte.

À época, Everson Martins era subgerente de um hotel no município de Breves, no Marajó. Certo dia acordou com uma dificuldade para levantar-se. Ao tentar se deslocar, caiu da escada. Após dois dias, foi intubado e transferido para a UTI do HOL, na capital paraense. “Além da fraqueza muscular, enfrentei os demais sintomas provenientes da síndrome, tais como a paralisia facial e do diafragma e dificuldade na fala devido à traqueostomia”, conta.

Ainda em cuidados intensivos recebeu uma órtese de PVC de baixo custo para ajudá-lo a manter uma estrutura anatômica mais saudável. E com os cuidados recebidos, conseguiu ir para enfermaria e receber alta no mês de março. Agora faz acompanhamento ambulatorial com a equipe multidisciplinar da clínica de Neurologia.

Neste mês de julho, o administrador retornou ao hospital, desta vez para receber uma tecnologia assistiva produzida com material termoplástico biodegradável pela Divisão de Terapia Ocupacional. A órtese tem como vantagens o conforto do processo de imobilização, a estética, a funcionalidade, a leveza, além de proporcionar um melhor acabamento, favorece a higienização e uma adaptação perfeita ao corpo do paciente. “É um trabalho para nos ajudar na preservação e na evolução dos nossos movimentos”, afirma Everton.

 

Terapia Ocupacional traz adaptações criativas para devolver a autonomia dos pacientes

A coordenadora da Terapia Ocupacional, Márcia Nunes, explica que as mãos podem fazer até nove tipos diferentes de preensão (ação de pegar, agarrar ou prender), mas o administrador perdeu essa funcionalidade. “Estamos trabalhando para deixá-lo numa posição funcional para que não desenvolva deformidades ósseas e nem contraturas, que ocorre quando o músculo faz a contração de maneira incorreta e não retorna ao seu estado normal de relaxamento. Vamos atuar com a reabilitação duas vezes na semana”, informou a terapeuta.

Márcia Nunes explica que a Tecnologia Assistiva é utilizada para “identificar todo o arsenal de recursos que ajudem a proporcionar ou ampliar habilidades funcionais dos pacientes com deficiência temporária ou definitiva, assim gera autonomia, independência e qualidade de vida”.  A habilidade das terapias ocupacionais vai garantir o correto ajuste de medição, bordas, aplicação de cinta, segurança e facilidade de posicionamento no corpo do paciente. Esses fatores precisam ser considerados, assim como a integridade dos tecidos moles para a manutenção da funcionalidade do indivíduo.

As adaptações são produzidas de uma forma criativa, aos poucos o papel, o lápis e a tesoura dão formato ao molde na placa termomoldável. “Começamos a confecção através do desenho, depois passamos para a placa de termoplástico, cortamos e aquecemos e em seguida moldamos o utensílio ou a órtese no paciente”, explica Márcia Nunes.

Os modelos desenvolvidos pela equipe de Terapia Ocupacional do HOL substituem os modelos industrializados e são personalizados conforme à necessidade de cada enfermo. Existem vários tipos, mas, no hospital, são utilizados a prancha de comunicação alternativa, adaptadores, dispositivos para dar conforto ao paciente e as órteses.

“Fazemos uma avaliação das necessidades de forma individualizada, então verificamos se há deformidade, lesão, mobilidade. A tecnologia assistiva é incluída nas atividades cotidianas para garantir um grau de independência na realização das atividades diárias, como alimentação, higiene e vestuário. Isso proporciona a autoestima, confiança e valorização do ser humano. Poder realizar as tarefas sem precisar de ajuda é fantástico para eles”, enfatiza a terapeuta ocupacional.

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Belém
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