Fone de ouvido causa surdez? Veja como evitar complicações
O hábito de usar fones com mais frequência coloca os jovens em situação de maior risco
Usar fones de ouvido é um hábito muito comum, principalmente entre os mais jovens. Seja para ouvir música, podcast, assistir a vídeos, filmes ou mesmo navegar pelas redes sociais, eles costumam garantir uma melhor escuta dos conteúdos, porém, o uso abusivo desse tipo de equipamento pode gerar sequelas no sistema auditivo, inclusive surdez - é o que alerta a otorrinolaringologista, Itaiana Cordeiro.
Em Ananindeua, a estudante Emely Tabosa, de 18 anos, é uma frequente usuária dos fones de ouvido. Ela conta que usa o equipamento todos os dias, em vários momentos: "uso com frequência: à noite, quando vou dormir, quando estou no ônibus, fazendo comida. Diariamente, a todo tempo estou com ele", relata.
Apesar de alguns familiares já terem alertado a jovem sobre o hábito poder ser prejudicial à saúde, ela conta que o costume costuma falar mais alto:
"A minha avó e o meu pai costumam me alertar. Eles me alertam que, se eu escutar muito alto, pode me prejudicar com o tempo", conta a estudante. "Mas eu já tenho o costume".
Emely diz que, até hoje, nunca percebeu nenhum problema na audição e espera não desenvolver. A otorrinolaringologista Itaiana Cordeiro alerta que é importante tomar cuidados preventivos para manter a saúde do sistema auditivo:
"É preciso evitar usar fones de ouvido com volume muito alto. O volume nunca deve ser alto o bastante para mascarar o som ambiente, os ruídos externos, pois é justamente isso que causa o prejuízo à audição", explica.
Principal causa de perda auditiva entre jovens
Itaiana Cordeiro explica que os fones de ouvidos representam, hoje em dia, a principal causa de perda auditiva em adolescentes e jovens. Além da questão de volume, o tempo de uso também é um fator de risco associação à perda progressiva da audição - um problema que não pode ser revertido:
"Cessado o uso do fone, a progressão da perda auditiva estagna, mas não retorna ao normal. Existe também o risco da perda auditiva súbita, mas é outra situação e não está diretamente relacionada ao trauma do fone de ouvido", esclarece Itaiana.
Além da progressiva surdez, outros problemas podem estar associados ao uso abusivo dos fones de ouvido, conforme lembra a médica: "prejudicam tanto a vida escolar e cognitiva, quanto a vida social. Sabemos que a perda de audição também leva a doenças neurológicas e psiquiátricas, a longo prazo, como depressão e demências", alerta a otorrinolaringologista.
No caso específico de crianças e adolescentes, o uso inadequado dos aparelhos podem agravar algumas condições, como o Transtorno de Processamento Auditivo Central (TPAC), que é uma dificuldade em interpretar sons, mesmo que a audição periférica esteja normal.
Os tipos de fone e a saúde
No mercado, hoje em dia, existem muitos modelos diferentes de fones de ouvido. Alguns dos mais comuns são o auricular (que se encaixam na parte externa dos ouvidos), o intra-auricular (que se encaixa no canal auditivo) ou os headphones (que se apoiam sobre a cabeça). No entanto, para quem se pergunta se algum é menos prejudicial, a otorrinolaringologista garante: não existe um modelo de fone de ouvido isento de riscos para o sistema auditivo e nem um nível de volume ideal.
Para garantir a preservação da audição e a saúde auditiva como um todo, a orientação da otorrinolaringologista é usar os fones de ouvido por curtos períodos e nunca aumentar o volume ao ponto de encobrir os sons externos.
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