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Especialista diz que pane das mídias sociais não representa risco de vazamento de dados

De acordo com o professor Alan Marcel, doutor em inteligência artificial, o momento offline dessas ferramentas não é perigoso

João Thiago Dias / O Liberal

Mesmo com o susto e com a aflição diante do momento offline de pane desta segunda-feira (4), usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp não precisam se preocupar com vazamento de dados. De acordo com Alan Marcel, professor de Ciência da Computação da Unidade da Amazônia (Unama) e doutor em inteligência artificial, esse risco não pode ser considerado diante da circunstância sem rede.

"Não tem como ter vazamento de dados nessa situação, porque essas plataformas ficaram offline. Os dados só podem ser vazados quando algum hacker invade o servidor. Mas não é o caso nesse momento de queda, porque o servidor ficou totalmente offline. Desligado da internet. Não teria como ter esse vazamento", disse.

Em ocasiões como essa, o cuidado deve ser tomado com a possibilidade de phishing de mecanismo de pesquisa, também conhecido como envenenamento de SEO ou Cavalos de Troia de SEO. É quando os criminosos trabalham para se tornar o principal hit em uma pesquisa usando o Google ou outros mecanismos. Se eles conseguirem que a pessoa clique no link deles, isso leva ao site do criminoso.

"Existe o risco da pessoa criar algum link malicioso e propagar por outras redes, como Twitter e Telegram, dizendo 'clique neste link para você restabelecer os serviços do WhatsApp' ou 'clique neste link para acessar seu Instagram', por exemplo. Eles jogam essa armadilha tipo uma isca de peixe e esperam alguém morder para conseguir os dados da pessoa", observou Alan Marcel.

O Facebook assumiu que o problema foi global e disse que ainda investiga o que causou a falha desta segunda-feira, considerada um problema de rede. Por volta das 18h35, mais de seis horas após o início da pane, Facebook, Instagram e WhatsApp começaram a abrir novamente para alguns usuários.

Mesmo que o serviço retorne de forma estável, Alan Marcel sugeriu cuidado. A dica é atentar aos meios oficiais de comunicação, para se informar sobre o funcionamento dessas ferramentas. "Porque os meios de comunicação estão em contato para confirmar se as ferramentas voltaram mesmo ou não. Não se deve interagir com nenhum link suspeito que peça para fornecer dados sobre essas redes sociais", disse.

O professor pontuou que o acesso por meio do celular ainda é mais seguro se comparado ao acesso pelo computador. "Normalmente, o acesso pelo celular é mais seguro, porque utiliza o aplicativo oficial da ferramenta. Pelo navegador de internet, tem que acessar o link, que pode ser modificado. Às vezes, algumas pessoas mais leigas podem não prestar atenção no endereço da internet", explicou.

E a abstinência dessas ferramentas é o maior desafio. "A gente avalia o quanto essas redes sociais são importantes nesse ecossistema da tecnologia. As pessoas ficam muito ansiosas e até relacionamos com a área da Psicologia. Vivem em função do entretenimento e de negócios. Durante a pane, muita gente perdeu oportunidade de negócios. O medo de vazamento de dados é até secundário perto da insatisfação pela falta do serviço", concluiu Alan Marcel.

Belém