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Criança morta em abrigo Warao na Campina era atendida pela saúde municipal, diz prefeitura

Corpo foi achado esta manhã por moradores. Criança estava doente morava em Belém desde início de novembro, diz a Sesma

Redação integrada de O Liberal

Em nota publicada no início da tarde desta quarta-feira (18), a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) confirmou que a criança de dois anos, R.M.P, encontrada morta esta manhã, em um abrigo de indígenas venezuelanos da etnia Warao no bairro da Campina, em Belém, estava refugiada na capital desde o dia 1 de novembro e era acompanhada pela saúde municipal.

Segundo afirma a Sesma, a criança "vinha sendo assistida pela equipe do Consultório da Rua (CNR), porém, o quadro de saúde da mesma se agravou hoje (18)". O abrigo onde ocorreu a morte fica na travessa Campos Sales, entre as ruas Aristides Lobo e Riachuelo. Servidores públicos ficaram chocados ao se depararem com a criança. O caso está sendo investigado pela polícia. Veja:


A Sesma disse ainda que, por volta das 10h20, equipes da secretaria foram comunicadas de que a criança "estava apresentando dificuldades para respirar". A secretaria municipal de saúde afirmou que "orientou responsável a  acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para resgate, mas por conta do quadro de saúde que a criança se encontrava, a mesma não resistiu e veio à óbito ainda no local de moradia".

Casa não é abrigo municipal 


A Fundação Papa João XXIII ( Funpapa), também vinculada à Prefeitura Municipal de Belém, informou que "irá prestar toda assistência com auxílio funeral a família da criança que veio a óbito. 

A Funpapa destacou, ainda, através de nota, que a casa localizada na Campos Sales, onde a criança faleceu, "não é administrada pela Prefeitura de Belém".

A Prefeitura Municipal de Belém também disse, em sua nota oficial, que lamenta e se solidariza com a dor dos familiares da criança falecida.

Situação do abrigo Warao é precária


Ouvido pela redação integrada de O Liberal, Thyago Rezende, voluntário do grupo Venezuelanos Belém, que dá apoio assistencial a vários abrigos Warao na capital, já havia informado à reportagem de O Liberal que a criança vinha sendo acompanhada. Segundo os voluntários, ela estava doente há algum tempo, e teria  morrido após uma crise de tosse.

Não há confirmação sobre ser um caso agravado de covid-19, como chegou a ser ventilado, já que o diagnóstico ainda depende de exames mais detalhados.

No local onde a criança foi achada morta, a reportagem de O Liberal constatou que há muita desorganização e sujeira. A criança morreu dentro de um quarto onde a diária custa R$ 30, sem qualquer apoio.

Voluntários ressaltam que em vários abrigos como esse a alimentação dos indígenas é muito deficiente e todas são desnutridas em algum nível.

Indígenas acolhidos nos abrigos públicos também reclamam de descaso. Recentemente, houve reclamações no abrigo que fica no Tapanã - esse mantido pelo poder municipal. 

Belém