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Colóquio UFPA: pensamento crítico de José Saramago preza pelo respeito à vida

Evento reúne nesta editores nesta quarta (23)

O Liberal
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O segundo dia do Colóquio Internacional "José Saramago: Palavra, Pensamento, Ação", promovido pela Universidade Federal do Pará (UFPA), foi dedicado ao debate da convivência harmoniosa, respeitosa defendida pelo escritor português, cujo nascimento completa 100 anos em 2022. O evento contou com uma palestra da presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río, acerca do tema "Os sonhos de Saramago", com apresentação pelo reitor Emmanuel Tourinho. 

Outra atração foi o lançamento nacional do livro "A intuição da Ilha - os dias de José Saramago em Lanzarote", escrito por Pilar durante a pandemia e editado pela Companhia das Letras. Luiz Schwarcz, editor e fundador dessa editora, esteve presente na programação. A vice-presidente do Grupo Liberal, Rosângela Maiorana, compareceu à noite de autógrafos.

Acerca da contribuição do pensamento e obra de José Saramago para o questionamento dos desafios da sociedade no momento atual marcado por violências de toda sorte, Pilar del Río destacou que Saramago traz a reflexão sobre a convivência, sobre os valores humanos, direitos humanos e deveres humanos; e essa reflexão indica que a violência, guerra e fabricação de armas não contribuem para as relações humanas, são imposições de poderes econômicos e políticos. 

Pilar, viúva do escritor, destacou que os sonhos de Saramago abrangem a convivência, a harmonia, a relação amorosa, as relações de liberdade, igualitárias entre homem e mulher. "Então, o sonho de Saramago passa muito pela harmonia", observou. 

Pilar concorda com Saramago de que não se pode ser indiferente à necessidade de se lutar contra opressão à vida, à Amazônia. "Eu digo que Saramago dizia: "Não podemos ser resignados, não podemos ser covardes, não podemos ser indiferentes". Eu não sou indiferente". "Com relação à Amazônia, com relação ao poder abjeto, com relação ao narcotráfico, com relação a toda violação que se pratica todos os dias, não sou indiferente", afirmou 

Construção

O reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, declarou que o colóquio sobre a vida e obra de José Saramago tem contado com a adesão do público, e as mesas redondas e palestras refletem sobre a obra do escritor e o significado dela para os tempos atuais, sobre a mensagem que ele deixa para as novas gerações de leitores. "E isso é um ganho do colóquio, nós estamos atraindo o interesse de jovens que estão na Universidade e que ainda não conheciam José Saramago, e. então, estamos formando novos leitores", afirmou.

image Emmanuel Tourinho: formação de novos leitores (Foto: Filipe Bispo / O Liberal)

Acerca do pensamento do escritor com o momento político no Brasil e os desafios relacionados à Amazônia, o reitor Emmanuel Tourinho observou que "José Saramago é um autor que nos provoca a reflexão sobre o que tem sido essa sociedade, a sociedade que construímos, o que tem sido essa democracia que não possibilita que o povo efetivamente assuma o seu destino, então, vem em um bom momento esse debate sobre a obra do Saramago, em um momento em que nós estamos mais intensamente discutindo o futuro do país, que país queremos, que sociedade queremos, a que cidadania aspiramos para os povos da Amazônia; então, é muito oportuno também desse ponto de vista o colóquio".

Em 16 de novembro, dia exato do centenário de nascimento de José Saramago, a UFPA promoverá um concerto no Theatro da Paz em homenagem à data.

Vitalidade

O Colóquio José Saramago, como destacou Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, "é mais uma dessas atividades fantásticas aqui da Universidade Federal do Pará, sempre fazendo a ligação entre literatura e o mundo acadêmico, muito próximo da obra do José Saramago; é um sinal de vitalidade da vida acadêmica, cultural da Universidade do Pará". 

image Luiz Schwarcz participa de conversa de editores no Colóquio José Saramago (Foto: Filipe Bispo / O Liberal)

No livro "A Intuição da ilha - os dias de José Saramago em Lanzarote", como frisou Schwarcz, o leitor tem acesso, a partir do relato de Pilar del Río, à história de todos os livros que Saramago fez nesse lugar perto da costa do  Marrocos, desde quando ele resolve morar lá, por conta do veto ao livro "O Evangelho segundo Jesus Cristo", como candidato ao prêmio europeu de literatura. São revelados os bastidores de obras desse autor e como a vida em Lanzarote permitiu com que a carreira de José Saramago, a partir de "O Evangelho segundo Jesus Cristo", seguisse seu rumo sempre ligado ao sentido de viver na ilha.

Nesta quarta-feira (24), o Colóquio Internacional "José Saramago: Palavra, Pensamento, Ação", traz, às 9h, no Centro de Eventos Benedito Nunes, uma Conversa com Editores, reunindo Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras; Simone Neno, da Ed.UFPA, e Plínio Martins Filho, da EDUSP; e a conferência "A procura do outro: lições de cidadania ativa", por Lilia Schwarcz, da USP. com apresentação de Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago. A entrada é franca.

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