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Cada religião tem modo próprio de entender o Natal

Em diferentes olhares, o Nascimento de Jesus não passa despercebido por pessoas de credos diferenciados

Eduardo Rocha

O Nascimento de Jesus Cristo, Dia de Natal, é uma data que congrega as pessoas, as famílias, em torno da reflexão sobre o amor de Deus e a necessidade da caridade com o próximo, e, por isso, recebe o respeito de religiões pelo mundo, independente de celebrarem ou não o evento natalino. No caso do catolicismo, a Arquidiocese de Belém realiza programação comemorativa do Natal, como destaca o monsenhor Agostinho Cruz, vigário geral da Arquidiocese e cura da Sé (Catedral Metropolitana).

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Neste domingo (24), véspera de Natal, todas as 104 paróquias realizam a Missa de Vigílias de Natal (Missa do Galo), reunindo famílias nas igrejas, de acordo com a programação de cada Igreja. Na Catedral Metropolitana, no bairro da Cidade Velha, a Vigília de Natal será às 20h, presidida pelo arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa.

image Monsenhor Agostinho Cruz: "É o grande mistério de Deus onipotente que se faz pequeno e humilde como uma criança" (Foto: Carmem Helena / O Liberal)

Na segunda-feira (25), Natal do Senhor, ao longo do dia, todas as paróquias terão missas de acordo com a programação própria. Na Catedral Metropolitana de Belém, às 19h, será celebrada a Missa do Dia de Natal.

"O Natal não é um simples aniversário do Nascimento de Jesus; é também isto, mas é mais, é celebração de um Mistério que marcou e continua a marcar a história do homem — o próprio Deus veio habitar no meio de nós (cf. Jo 1, 14), fez-se um de nós; um Mistério que diz respeito à nossa fé e à nossa existência; um Mistério que vivemos concretamente nas celebrações litúrgicas, em particular na Santa Missa. O Natal é a celebração da encarnação do Filho de Deus feito homem. É Deus que entra na história e assume a condição humana em tudo, menos no pecado. É o grande mistério de Deus onipotente que se faz pequeno e humilde como uma criança", enfatiza o cura da Sé, monsenhor Agostinho Cruz.

Fé para gerações

As pessoas evangélicas comemoram o Natal nos templos. Como destaca o pastor Tiago Marcondes, da Igreja Batista da Agulha, no Distrito de Icoaraci, o Natal "é a primeira das duas datas mais importantes para o Cristianismo (Natal e Páscoa)". "É simbólica, pois sabemos que Jesus não poderia ter nascido nessa data especificamente por questões de clima na Palestina no primeiro século, mas compreendemos a celebração como uma oportunidade de afirmarmos nossa fé e transmitirmos às futuras gerações a história que mudou o mundo entre antes (AC) e depois (DC) de Cristo".

Na maioria das igrejas evangélicas, como informa o pastor Marcondes, o final de semana que antecede ao Natal e mais propriamente o dia 25 sempre acontecem cantatas, musicais, teatros áudios visuais "contando essa linda história". "Na Igreja Batista da Agulha, nosso musical será no dia 25 de dezembro, às 19h", informa o pastor.

Amor recíproco

Os seguidores da Doutrina Espírita saúdam o Nascimento de Jesus. "O Natal, na cultura humana, nos remete à vinda de Jesus ao planeta Terra, para nos ensinar uma mensagem de amor recíproco, essencial para a nossa evolução espiritual", ressalta Antonio Almeida, IV vice-presidente da União Espírita Paraense (UEP).

Antonio pontua que celebrar o Natal reaviva nas pessoas, entendidas como Espíritos em evolução, "a mensagem de amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a nós mesmos, que é a síntese dos ensinamentos de Jesus”. Neste domingo (24) e segunda-feira (25), em Belém, os centros espíritas promovem exposições e estudos sobre o Evangelho.

Afro-brasileiros

Francisco Nonato Paiva, conhecido no Candomblé como Dote Oya Nironge e, na Umbanda, como Pai Chico, administra o terreiro Fundere Oya Nironge, no bairro do Telégrafo, em Belém. Pai Chico informa que "no Candomblé não comemoramos o Natal porque Oxalá é Oxalá, Jesus Cristo é Jesus Cristo". "Existe, sim, o sincretismo, mas foi basicamente no tempo da escravidão em que os negros eram obrigados a renegar seus deuses, e, por isso, diziam que Oxalá era Jesus Cristo assim como todo os orixás. Já na Umbanda, como sendo uma vertente que surgiu no Brasil e mais flexível, é comemorado o Natal como se comemora no Catolicismo", acrescenta.

“Nos dias de hoje, nós, candomblecistas, nos agregamos às comemorações natalinas como distribuir cestas básicas, enfim, levar um pouco de carinho aos nossos irmãos", destaca `Pai Chico.

Respeito

Entres os budistas, o respeito ao Natal dos cristãos predomina. Paulo de Tarso Ferreira Dutra, 56 anos, coordenador regional Pará e Amapá da Associação Brasil SGI (Soka Gakkai Internacional), destaca que o Budismo surgiu na Índia, pelo menos três séculos antes de Cristo. "Nossa prática é do budismo de Nichiren Daishonin, o buda que viveu no Japão no século XIII e fez a revelação da Lei do Universo e a sua prática para que cada ser humano possa construir o seu próprio destino e conquistar sua felicidade. Assim, não há qualquer relação com o ensinamento cristão. Portanto, não há celebração do Natal, visto que este evento é puramente cristão", detalha.

"No Natal (24 e 25 de dezembro) é um período normal, muito embora respeitado, pois além de ser uma celebração religiosa é também um evento cultural da sociedade ocidental. Muitos se reúnem a parentes e amigos católicos em suas celebrações. O dia celebrado pelos budistas da Soka Gakkai é o dia de Ano Novo, conforme ensinado pelo próprio buda Nichiren", completa Paulo Dutra.

Judaísmo

Dezembro é um mês especial para os judeus. "A Festa das Luzes, Chanukah, é comemorada em datas móveis, por força do calendário lunar que nós, judeus, seguimos. Em geral, ocorre no mês de dezembro, porém não necessariamente coincide com o Natal. Este ano, por exemplo, foi comemorada no começo do mês. Embora não coincida, sua observância por volta da mesma época festiva, por certo contribui para uma atmosfera de paz e harmonia", destaca Isaac Bentes, presidente do Centro Israelita do Pará.

Taoísmo

A maioria da população da China segue o taoísmo, ou seja, não têm relação alguma com o Natal. O taoísmo conta com datas comemorativas celebrando grandes vultos dessa religião, e o Ano Novo Chinês é a data mais importante do ano para os chineses.

Islamismo

Cristo não é o filho de Deus, mas, sim, um profeta, na ótica da religião islâmica. Os islamitas não têm data especial para comemorar o nascimento de um profeta maior. As duas principais comemorações sagradas para eles são: a Eid al-Fitr, a celebração do desjejum após o Ramadã, e o Eid al-Adha, marcando o encerramento da peregrinação a Meca.

Hinduísmo

Para os hindus, Jesus Cristo é reconhecido como um avatar. O Messias é a encarnação de Vishnu, uma entidade muito importante para eles. A Festa das Luzes é comemorada no dia 25 de dezembro, ou seja, celebra-se o dia do nascimento da luz que venceu a escuridão.

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