Inflação acelera em julho no Brasil e transporte pressiona custo de vida em Belém
Alta nas passagens aéreas e transporte por aplicativo impulsionou índice na capital paraense, apesar de alívio nos preços de alimentos
A inflação oficial do Brasil voltou a acelerar em julho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), com alta de 0,33%. Em Belém, o avanço foi mais contido, de 0,19%, mas os efeitos foram sentidos, sobretudo no custo com transporte. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram uma leve intensificação do índice também no acumulado de 12 meses, que passou de 5,27% para 5,30% no país.
A principal pressão inflacionária no cenário nacional veio do grupo Habitação, que subiu 0,98% e teve o maior impacto individual sobre o índice, com contribuição de 0,15 ponto percentual. Transportes também pesaram no bolso dos brasileiros, com alta de 0,67%, seguidos por Despesas Pessoais, que avançaram 0,25%. Por outro lado, alguns grupos registraram queda, como Alimentação e Bebidas (-0,06%), Artigos de Residência (-0,02%) e Vestuário (-0,10%). A Educação teve variação nula no mês.
Em Belém, transporte pesou mais no bolso
Na capital paraense, o transporte foi o principal fator de alta. O grupo teve aumento de 1,02% em julho, puxado por itens que pesam no dia a dia de quem se desloca com frequência. As passagens aéreas ficaram 29,51% mais caras, enquanto o transporte por aplicativo subiu 14,55%. O custo do transporte urbano, por outro lado, apresentou queda de 5,79%, influenciado pela política de gratuidade em domingos e feriados adotada na cidade.
VEJA MAIS
Além do transporte, outro grupo que contribuiu para a inflação local foi o de Despesas Pessoais, com avanço de 0,64%. Nesse grupo, o destaque foi a alta de 3,34% nos jogos de azar, reflexo do aumento na procura por serviços de lazer. O grupo Habitação também subiu em Belém, mas de forma mais branda: 0,25%. Diferentemente de outras regiões, como Brasília, que tiveram reajuste na tarifa de água e esgoto, Belém não apresentou variação nesse item, o que ajudou a conter a pressão.
Alimentação ficou mais barata
Enquanto alguns grupos registraram alta, outros trouxeram alívio ao orçamento. A alimentação, por exemplo, ficou mais barata na capital paraense. O grupo Alimentação e Bebidas caiu 0,41%, com destaque para a alimentação no domicílio, que recuou 0,59%. Alimentos básicos da cesta tiveram redução significativa, como o arroz, com queda de 5,05%, e a cebola, que ficou 6,24% mais barata. A batata-inglesa praticamente não variou, com leve recuo de 0,01%.
Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram uma leve retração de 0,12%. Apesar da alta de 0,35% nos planos de saúde e de 0,01% nos produtos farmacêuticos, o impacto líquido foi pouco expressivo. Já o Vestuário teve alta de 0,79%, enquanto os Artigos de Residência subiram 0,31%. Ambos os grupos, porém, tiveram comportamento mais estável no mês. A Comunicação, por sua vez, teve leve queda de 0,28%, e a Educação variou apenas 0,01%.
Em resumo, embora Belém tenha registrado uma inflação mais branda que a média nacional, a alta em serviços essenciais, como transporte e despesas pessoais, reforça a percepção de que o custo de vida segue pressionado, mesmo em um cenário de desaceleração em alguns grupos.
Palavras-chave