Homilia de padre Claudio Pighin alerta sobre a vigilância do cristão diante dos 'sonos da vida'
Religioso alerta contra distrações e excessivo apego aos bens materiais, destacando a necessidade de estar preparado para a chegada do Senhor
Na homilia deste final de semana, o padre Claudio Pighin, diretor da Escola de Comunicação Papa Francisco, em Belém, destacou a importância de todo cristão manter-se vigilante aos ensinamentos de Jesus e evitar distrações causadas pelos bens e prazeres transitórios do mundo. A reflexão teve como base o trecho do Evangelho de Lucas 12, 32-48, no qual Jesus ensina aos apóstolos sobre a prática do bem diante do retorno do Senhor.
“Felizes os servos cujo senhor os encontrar vigiando, quando voltar. Eu afirmo que ele se vestirá para servir, fará que se reclinem à mesa, e virá servi-los (...) Estejam também vocês preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que não o esperam”, diz o trecho bíblico citado pelo padre.
O pequeno rebanho e a lógica de Deus
Padre Claudio explicou que o Reino de Deus começa pequeno, como uma semente que precisa passar por transformação antes de se tornar um vegetal robusto. “Assim é o pequeno rebanho que segue Jesus. São poucos, mas autênticos. Deus aposta neles. Para tanto, eles precisam retribuir da mesma maneira. Não se deixar atrair pelos bens e tesouros terrenos, que não têm futuro. Apostar no mundo de Deus significa se concentrar na lógica dele e se deixar guiar por ela”, disse.
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Segundo ele, essa entrega exige paciência e humildade, pois “os tempos de Deus não são os nossos”. É preciso discernimento para manter uma postura vigilante, sem se deixar levar por “sonos da vida, interesses egoísticos ou distrações” ligadas apenas à realidade terrena.
Estar prontos a qualquer momento
“Muitas vezes, passamos a maior parte dos nossos dias concentrados naquilo que tudo passa e nada fica. É aqui que o nosso Mestre nos chama a atenção a sermos sábios. E nisso consiste a verdadeira felicidade, estarmos prontos a qualquer hora da nossa vida para recepcionar o nosso Senhor. O nosso papel é de recebê-lo e nada mais”, afirmou padre Claudio.
Para isso, o religioso ressaltou a necessidade de “estar com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas”, ou seja, viver como peregrinos atentos, trabalhando na obra do Reino de Deus e evitando a acomodação causada pelo excesso de preocupações mundanas.
Vigilância dinâmica e fidelidade a Deus
Padre Claudio lembrou que a vigilância deve ser dinâmica e acompanhada de fidelidade. “Essa vigilância dinâmica nos leva também a ter atitude de fidelidade com o nosso ‘patrão’ Deus”. Para administrar bem os bens recebidos e manter a fidelidade, Jesus convida à conversão constante.
Ele reforçou que não é necessário preocupar-se com o dia ou hora da chegada de Deus, mas sim com a capacidade de amar e agir corretamente. “Nossa fidelidade é nossa responsabilidade, é em que se fundamenta o nosso relacionamento com Deus”.
Reflexão final
O religioso concluiu lembrando que a identidade cristã se manifesta nas ações e no bom proceder com os outros. “Consegues de te deixar atrair pela escuta da Palavra de Deus? É ela que te ajuda a perscrutar a ação do Senhor na tua vida. Ou, por acaso, estás demais preocupado, preocupada, com as coisas do mundo?”, questionou padre Claudio Pighin.
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