Dia da Tapioca: belenenses celebram tradição, sofisticação e gosto de infância
Na capital paraense, é comum ver esquinas com pequenas tapiocarias que se tornaram ponto de encontro para famílias e amigos
O dia 15 de julho não é apenas mais um dia comum. É a celebração de um dos alimentos mais queridos da cultura do norte e nordeste do país, a tapioca. Versátil, nutritiva e carregada de afeto, ela está presente no café da manhã, no lanche da tarde e até em encontros familiares que têm gosto de infância e cheiro de tradição. A matéria faz parte da série especial “Gastronomia Pai D’Égua”, composta por quatro reportagens que serão publicadas até o próximo dia 22 de julho.
Na capital paraense, é comum ver esquinas com pequenas tapiocarias que se tornaram ponto de encontro para famílias e amigos. Uma dessas histórias que se entrelaçam com o alimento é a da Tapiocaria da Josyane Costa, que começou no pátio da casa e se estendeu a dois novos pontos.
"Aqui na nossa tapiocaria o norte e o nordeste dividem a mesma mesa" esse é o lema da casa, como explica Maysa Sarah, responsável pela parte administrativa e logística da tapiocaria. “A primeira parte do nosso cardápio traz sabores do Nordeste. A segunda, ingredientes do Norte. A gente sempre procura inovar, fazer releituras. Lançamos, por exemplo, a Banoffi Cabocla, uma adaptação da clássica banoffee para a nossa realidade da tapioca”, conta.
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O empreendimento é muito mais que uma tapiocaria. É um negócio familiar que surgiu da necessidade, mas cresceu com amor, criatividade e união. Josyane, uma das proprietárias, lembra com emoção os desafios enfrentados. “Começou na porta de casa, quando eu saí do meu emprego para cuidar da minha avó. A Isa, minha filha, deixouo emprego na área de arquitetura para ajudar. Teve dias em que pensei em desistir. Mas minha família segurou a minha mão”, se emociona Josyane.
Hoje, a casa conta com um cardápio que ultrapassa 50 sabores. Além das tapiocas tradicionais, como a clássica com manteiga, há também versões gourmet, como a com doce de cupuaçu e queijo cuia, e criações exclusivas. A equipe testa cada receita com atenção, desde o sabor até a apresentação. “Tem cliente que vem todo dia e ainda consegue experimentar sabores diferentes”, brinca Maísa.
Quem confirma essa paixão é o pastor Márcio Brígida, de 30 anos, que consome do alimento desde a infância. “A tapioca está sempre na nossa rotina, seja em casa ou na rua. É uma opção nutritiva, acessível e que remete à memória afetiva. Gosto da tradicional com manteiga, mas já experimentei com jambu também e entre outros sabores".
Para os paraenses, segundo Josyane, comer tapioca é quase um ritual de domingo. “O paraense acorda já sabendo que vai comer uma tapioquinha. É uma tradição que continua viva”, pontua.
A data
O Dia Nacional da Tapioca é celebrado em 15 de julho. A data homenageia essa iguaria brasileira, especialmente popular no norte e nordeste, e sua versatilidade na culinária.
A tapioca, feita a partir da fécula da mandioca, é uma herança indígena que se tornou um prato amado em todo o Brasil e em outras partes do mundo, sendo consumida em diversas refeições e com uma variedade de recheios.
A palavra "tapioca" vem do tupi-guarani e significa “coágulo" ou "amido coagulado", refletindo o processo natural de sua formação. Desde as aldeias indígenas até as grandes cidades, ela atravessou o país e conquistou o coração dos brasileiros, que permite inúmeras combinações de recheios doces e salgados.
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