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Professor de escola pública em Ananindeua cria apps educativos com a 'cara do Pará'

O professor Humberto Baía aproveitou o período de isolamento causado pela pandemia de covid-19 para colocar a ideia em prática.

Igor Wilson

Um universo de opções à distância de um clique. Desde que os smartphones chegaram, os aplicativos passaram a fazer parte de nossas vidas. Existem milhares de opções. Apps de culinária, música, de compras online, de astronomia, apps que ensinam a fazer exercício físico ou a fotografar. O desenvolvimento de aplicativos se tornou um mercado em franco crescimento desde a última década. E nesse mundo, o público infantil representa uma importante fatia dos investimentos. São crianças que utilizam os aplicativos para ver desenhos, jogar ou para aprender. Os apps educativos, inclusive, estão em alta no mundo todo. No Brasil, existem iniciativas privadas e até mesmo do Governo Federal, como o Graphogame, utilizado como um auxílio na afabetização infantil. No Pará, um professor da rede municipal de Ananindeua ganhou evidência após criar dois aplicativos educativos com a cara e o jeito paraense.

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Após um período aprendendo sobre desenvolvimento de apps, o professor se sentiu seguro e lançou para seus alunos os dois aplicativos que havia criado. ‘Alfabetização Pai D’égua’ e ‘Histórias Ilustradas para Crianças’, com mais de 50 livros digitais disponíveis de forma gratuita, entre os quais ‘O Sumiço do Pequeno Peixe-boi’, ‘A Lenda da Mandioca’, ‘Olha a Manga’, ‘O Lobo Bom’ e ‘Ananindeua’, que conta a história do município de forma lúdica. Tanto o app que auxilia na alfabetização, quando o que incentiva a leitura, utilizam personagens, paisagens e outras características tradicionais de nossa região, o que cria uma identificação maior entre as crianças e é um dos motivos do sucesso da iniciativa.

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“Consumimos muito material pedagógico vindo de outras regiões que até certo ponto tentam ser o máximo abrangentes, porém muito de nossa cultura local fica de fora das práticas pedagógicas da sala de aula. Então pensei em desenvolver o aplicativo como uma forma de valorizar a nossa cultura e o nosso viver. Para que os alunos possam tanto se reconhecer nas atividades do aplicativo, como conhecer aspectos de nossa cultura que lhes são ainda desconhecidas”, diz o professor.

Nos aplicativos criados pelo professor da rede municipal de Ananindeua, a utilização é totalmente gratuita. Porém, Humberto, como profissional, não está alheio às possibilidades de rentabilizar suas iniciativas de forma justa. Assim como a maior parte dos aplicativos gratuitos disponíveis nas lojas online, seja de sistema Android ou Iphone, existe a possibilidade dos usuários realizarem uma doação para o professor. Também há ideias sobre, também como outros modelos, cobrar assinatura de uma parte exclusiva dos conteúdos.

“Quando você vê um aluno interessado em aprender a língua portuguesa e a matemática através de algo que você criou, a alegria é indescrítivel, pois foi feito com todo carinho, pensando sempre no melhor método de fazer o desenvolvimento do aluno atingir o potencial máximo. A chave do digital está aí para todos, nós, docentes da rede pública, precisamos despertar isso em nossos alunos, é uma missão”, diz Humberto, que também é autor de livros físicos, entre os quais ‘Cor de Pele?’, que fala sobre racismo, e ‘O Segredo de Francisca’, livro que relata o drama do abuso infantil.

Ananindeua