Site pornô dá uma mãozinha e vira sala de aula: Conteúdo educativo lidera visualizações

De aulas de matemática a jogos de Minecraft; um dos sites de vídeos adultos mais acessados do mundo tem conteúdos sem nudez como os mais populares

Riulen Ropan
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Parece mentira, mas vídeos educativos estão entre os mais populares do Pornhub, uma das plataformas de conteúdo adulto mais conhecidas do mundo. De álgebra a tutoriais de matemática, esses materiais diferem bastante dos conteúdos tradicionalmente buscados pelos visitantes do site.

Tudo começou com o professor de matemática taiwanês Chang Hsu, que ensina matemática avançada em chinês e já publicou mais de 200 vídeos na plataforma. Segundo ele, o lucro anual ultrapassa os US$ 250 mil.

Outra usuária é Zara Dar, que, além de ser modelo erótica no OnlyFans, escolheu o Pornhub para publicar vídeos com títulos como “O que é a função de perda em aprendizado de máquina?” e “O que é uma função convexa?”. Os vídeos publicados por ela somam mais de 50 mil visualizações, e alguns ultrapassam 350 mil acessos.

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Uma subcultura “segura” dentro do Pornhub

Embora os casos mais conhecidos envolvam aulas de matemática ou ciências, existe uma verdadeira subcultura de vídeos “seguros para o trabalho” (ou SFW, na sigla em inglês) no Pornhub. Esses conteúdos brincam com as expectativas do público, explorando o contraste entre o que se espera da plataforma e o que realmente é exibido.

Entre os exemplos estão gameplays de "Minecraft", vídeos com fetiches inusitados (mas sem nudez), entrevistas formais com atores e atrizes da indústria pornográfica e até paródias de filmes ou séries totalmente desprovidas de erotismo.

Essa vertente alternativa amplia a função da plataforma, revelando como o Pornhub também pode ser um espaço de experimentação, ironia e ruptura com os formatos tradicionais do entretenimento adulto.

Por que o Pornhub? A lógica por trás do uso educacional da plataforma

A escolha do Pornhub como espaço para veiculação de conteúdo educacional pode surpreender à primeira vista, mas, segundo o criador Chang Hsu, há razões bem objetivas por trás da decisão. Com mais de 100 milhões de acessos diários, o site está entre os mais visitados do mundo — uma vitrine poderosa para alcançar um público amplo e diversificado, muitas vezes inacessível por meios tradicionais.

Diferentemente de outras plataformas, o Pornhub não organiza seus conteúdos por categorias temáticas como ciência, entretenimento ou tutoriais. Isso amplia as chances de vídeos educativos, como aulas de matemática e ciências, aparecerem aleatoriamente para usuários que, de outra forma, jamais buscariam esse tipo de material.

Menos barreiras, mais liberdade criativa

Outro fator relevante é a ausência de restrições quanto ao tipo de conteúdo publicado, desde que respeite as diretrizes básicas da plataforma. Isso significa que vídeos educativos não enfrentam os mesmos obstáculos algorítmicos comuns em sites como o YouTube, onde as chamadas “bolhas de filtro” podem limitar drasticamente a visibilidade de materiais especializados.

No Pornhub, os criadores têm mais liberdade para experimentar formatos e não precisam “decifrar” ou agradar algoritmos para alcançar a audiência. O ambiente favorece a criatividade sem penalizações por fugir do padrão de entretenimento superficial.

A força do contraste

Para Chang Hsu, a escolha da plataforma também tem um caráter provocador. O contraste entre o que se espera encontrar no Pornhub e o que de fato aparece — como uma aula de cálculo ou um experimento de física — gera uma ruptura simbólica poderosa. Essa quebra de expectativa desafia normas sociais e levanta uma reflexão importante: por que a educação deve estar restrita apenas a ambientes considerados “sérios” ou formais?

Ao ocupar um espaço tradicionalmente associado a conteúdos adultos, o educador ressignifica o uso da plataforma e amplia o debate sobre onde — e como — o conhecimento pode circular na era digital.

(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)

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