BNDES e MMA aprovam R$ 210 mi do Fundo Amazônia nos 17 anos do programa
BNDES e MMA destinam R$ 210 milhões do Fundo Amazônia a projetos sustentáveis e de combate ao desmatamento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) aprovaram, na terça-feira (12), R$ 210 milhões do Fundo Amazônia para iniciativas de desenvolvimento sustentável no Estado do Amazonas. O anúncio ocorreu durante evento em Manaus que celebrou os 17 anos do mecanismo, gerido pelo banco sob a coordenação do MMA.
Do total, R$ 60 milhões serão destinados ao projeto Prospera na Floresta, que apoia turismo, empreendedorismo e atividades produtivas sustentáveis realizadas por comunidades tradicionais do Amazonas, além de elaborar e implementar Planos de Gestão Ambiental e Territorial (PGTA) de Terras Indígenas. Os outros R$ 150 milhões vão para o programa União com Municípios pela Redução de Desmatamento e Incêndios Florestais, que atua em 70 municípios prioritários para o combate à devastação em seis Estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima).
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"O projeto União com Municípios é uma iniciativa do governo do presidente Lula para fortalecer a governança ambiental em municípios prioritários da Amazônia Legal, com foco na prevenção, monitoramento, controle e redução do desmatamento e da degradação florestal, além de ações de regularização ambiental e fundiária", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
"Já o Prospera na Floresta conecta a conservação ambiental com o bem-estar das comunidades locais, buscando fortalecer a bioeconomia, a segurança alimentar e o empoderamento comunitário, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) das Nações Unidas", detalhou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que os novos aportes foram viabilizados pelos resultados expressivos na redução do desmatamento obtidos nos últimos dois anos, com queda de 46% em 2024 na comparação a 2022, segundo o sistema Prodes do Inpe.
Marina destacou ainda o “bom uso” dos recursos ao longo da trajetória do Fundo. "O melhor indicador é o fato dos recursos estarem chegando a cada um de vocês", disse, dirigindo-se a representantes de populações indígenas e comunidades tradicionais presentes no evento.
Para a diretora do BNDES Tereza Campello, as novas operações reafirmam a presença do Fundo no fomento à geração de riqueza com preservação ambiental. "Para manter a floresta em pé, temos de gerar emprego e renda para nossa população que vive no meio rural da Amazônia: extrativistas, quilombos indígenas, silvicultores, ribeirinhos e assim por diante", ressaltou. "Temos uma atuação muito forte e o resultado são essas entregas, esses projetos estratégicos que nos enchem de orgulho", concluiu.
Desde 2009 até junho de 2025, o Fundo Amazônia já aprovou R$ 5,6 bilhões em projetos, com cerca de R$ 2,7 bilhões efetivamente desembolsados. A retomada das operações, após a suspensão entre 2019 e 2022, foi possível graças à recuperação da confiança internacional, reativando doações de países como Reino Unido, Estados Unidos, Dinamarca, Suíça, Japão e Irlanda, além de aportes da Noruega, Alemanha e Petrobras.
No Pará, os recursos permitiram reforçar a fiscalização ambiental em momento crítico. Segundo o senador Beto Faro (PT-PA), investimentos de R$ 825 milhões no FORTFISC (Fortalecimento da Fiscalização Ambiental pelo Ibama) garantiram mais proteção e presença do Estado na região. Ele ressaltou também a mudança de paradigma com a transformação do antigo “Arco do Desmatamento” no “Arco da Restauração”.
“Essa é a dimensão humana do Fundo: não é só a floresta que protegemos. É gente, cultura e futuro. Cada hectare que volta a ser verde é um pedaço do Pará que se recusa a desaparecer”, afirmou Faro.
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