MENU

BUSCA

Rapper Oruam se entrega à polícia após pedido de prisão ser decretado

Cantor de 23 anos foi indiciado por associação ao tráfico de drogas e ao Comando Vermelho

Juliana Maia

Após ser indiciado por associação ao tráfico de drogas e ao Comando Vermelho (CV), o rapper Oruam, de 23 anos, se entregou para a Polícia do Rio de Janeiro nesta terça (22). O cantor se apresentou na Cidade da Polícia, localizada no Jacarezinho, acompanhado dos advogados, da mãe e da namorada.

O cantor teve a prisão decretada pela Justiça pelos crimes de resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirma que o rapper é investigado também por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A decisão foi dada após um ataque a policiais civis que tentavam apreender um adolescente na casa do cantor, na vila do Joá, na zona oste do Rio. 

VEJA MAIS

Oruam vai ser preso? Entenda por quais crimes o rapper é acusado pela polícia do Rio

Rapper Oruam tem mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça
O cantor já foi preso em fevereiro deste ano por suspeita de crime de favorecimento, mas acabou sendo solto no mesmo dia

Oruam é indiciado por associação ao tráfico do CV após se envolver em confusão com policiais no Rio
Segundo a polícia, o cantor e seus amigos impediram o cumprimento de busca e apreensão contra um menor procurado por roubo.

A defesa do cantor afirma que não foram encontradas drogas ou produtos ilícitos durante as buscas realizadas na casa de Oruam, na madrugada desta terça-feira, 22. Segundo a defesa, a resistência aconteceu devido a abuso de autoridade por parte dos policiais.

Antes de se entregar, o rapper postou um vídeo nas redes sociais dizendo que iria provar que "não é bandido". “Todos que gostam de mim, vou me entregar, tropa. Vou provar que não sou bandido e vou dar a volta por cima, vencer através da minha música", disse.

Prisão

A ordem de prisão emitida pela juíza Ane Cristine Scheele Santos, faz menção explícita ao artigo 129, parágrafo 12, do Código Penal, que trata das lesões corporais. Oruam é acusado de atirar pedras contra um policial que resultou em ferimentos. O próprio Oruam admitiu o ato, alegando que atirou pedras porque os policiais apontaram armas contra ele e os amigos.

O processo contra o rapper está em segredo de Justiça. O crime de lesão corporal é agravado pelo fato de ter sido praticado contra agente público no exercício de atribuição legal. O policial cumpria mandado de busca e apreensão contra um menor que estaria escondido na casa do cantor.

Por ter dificultado a ação policial, ele vai responder também pelo crime de resistência. O crime previsto no Código Penal ocorre quando alguém se opõe ou resiste à execução de um ato legal utilizando violência, ou ameaça contra o servidor - no caso, os policiais.

O crime de desacato, também atribuído ao rapper, ocorre por meio de palavras, gestos ou atitudes que humilhem, desprestigiem ou ofendam o policial. Além da reação no momento da abordagem, Oruam utilizou as redes sociais para xingar e ofender os policiais. Como jogou pedras que atingiram as viaturas policiais, ele vai responder também pelo crime de dano ao patrimônio público.

O Ministério Público do Rio havia pedido a prisão temporária (30 dias) do rapper, mas a juíza entendeu que era o caso de prisão preventiva (sem prazo determinado).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que Oruam é investigado também por associação para o tráfico. Ele estaria ligado a traficantes do Comando Vermelho (CV) - o pai do rapper, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado como um dos principais líderes da facção. Marcinho cumpre pena em penitenciária federal, de onde comandaria o tráfico.

Segundo a Polícia Civil, agentes estavam cumprindo um mandado de busca e apreensão contra um adolescente acusado de roubo de veículos que estava escondido na casa do rapper. Quando ele saiu e foi abordado pelos policiais, houve forte reação das pessoas que o acompanhavam. Oruam e mais oito pessoas passaram a atacar os policiais com xingamentos e pedras.