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PMs batem em casal na porta de casa no interior de SP; agentes são afastados

O caso ocorreu por volta das 11h30 do sábado, 21 de junho

Estadão Conteúdo

Um casal foi espancado por dois policiais militares durante atendimento a uma ocorrência em Valinhos, interior de São Paulo, no fim de junho. Luiz Henrique Jacopini, de 27 anos, e Samara Aparecida Siqueira, de 23, foram agredidos na porta de casa, segundo imagens de câmeras de segurança obtidas pelo Estadão.

Os PMs foram acionados pela avó de Samara após um desentendimento familiar, segundo boletim de ocorrência. As imagens contradizem a versão dos agentes, que alegam "uso moderado da força" e dizem que a mulher teria sido atingida "acidentalmente".

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que foi instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) e os agentes foram afastados das atividades operacionais. A Delegacia de Valinhos também apura o caso como possível violência doméstica.

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O caso ocorreu por volta das 11h30 do sábado, 21 de junho, na Avenida Hélio Pires Camargo, bairro Vale Verde. As imagens mostram Luiz sentado na varanda, com som alto ao fundo, enquanto Samara recolhe roupas do varal. Após a chegada da viatura, um dos policiais se aproxima e dá um tapa no rosto de Luiz, que cai da cadeira. Em seguida, ele é agredido no chão. “Estão doidos?”, grita Samara, que também é agredida ao tentar intervir.

No boletim, os policiais afirmam que Luiz "investiu contra a equipe", o que é negado pelo casal e não aparece nas imagens. Dizem ainda que Samara foi atingida "acidentalmente" com um bastão tonfa, ao tentar defender o marido.

Segundo os agentes, o casal foi levado a uma unidade de pronto atendimento, mas recusou atendimento. Luiz afirmou que preferia ser examinado pelo delegado e solicitou corpo de delito. Laudo feito no dia 23 aponta dois hematomas de 20 centímetros nas costas de Samara e uma lesão no antebraço.

O advogado do casal, Matheus Nascimento, informou que deve entrar com ação cível por danos morais. O casal também denunciou o episódio à Corregedoria da PM e relatou ter se mudado de cidade por medo de retaliações.

Em depoimento, Samara disse que os policiais mandaram o marido desligar o som e apagar o cigarro, e que ele questionou a ordem por estar dentro de casa. As agressões teriam começado logo depois.

Luiz relatou que as agressões continuaram mesmo depois de algemado, já dentro da viatura. Ele afirmou ainda que o filho presenciou a cena.