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Historiadora amadora descobre centenas de bebês e crianças enterrados em vala comum

Estima-se e que os restos de quase 800 bebês e crianças estejam no local que anteriormente era um orfanato. Escavações começaram na última segunda-feira (14)

Gabrielle Borges

Já pensou em fazer uma descoberta histórica, mas ao mesmo tempo que esconde um passado sombrio e triste? Foi o que ocorreu com Catherine Corless, uma historiadora amadora que descobriu evidências de uma vala comum, que acredita-se conter centenas de corpos de bebês e crianças, em Tuam, no condado de Galway, no oeste da IrlandaSaiba mais a seguir

A área era onde ficava o antigo orfanato St Mary's, uma instituição administrada pela igreja que abrigou milhares de mulheres e crianças entre os anos 1925 e 1961. A grande maioria dessas mulheres, que haviam engravidado antes de casar, foram rejeitadas por suas famílias e separadas dos filhos após o parto.

De acordo com os registros de óbito da instituição, Patrick Derrane foi o primeiro bebê a morrer no orfanato St Mary's, no ano de 1925, com cinco meses de vida. Mary Carty, da mesma idade, foi a última, mas em 1960. Nos últimos 35 anos, entre as duas mortes, sabe-se que outros 794 bebês e crianças pequenas morreram lá e foram enterrados em uma vala comum.

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Tudo veio à tona quando Catherine Corless ficou interessada em se aprofundar no passado da família e fez um curso de história local, em 2005. Mais tarde, seu interesse se voltou para St Mary's e para as "crianças do orfanato" que frequentavam a escola separadamente dela e dos seus colegas.

A descoberta veio em 2014, quando ela conversou com um zelador do cemitério, que a levou ao conjunto habitacional onde a instituição ficava.

O zelador contou a Catherine que duas crianças estavam brincando naquela área em meados da década de 1970, após a demolição do orfanato, e encontraram uma laje de concreto quebrada. Lá dentro, viram ossos. O zelador disse que as autoridades foram avisadas, e o local foi coberto.

As pessoas acreditavam que os restos mortais eram da Grande Fome, na Irlanda, da década de 1840. Catherine ficou desconfiando, comprou mapas antigos do local e ligou para o cartório de registro de nascimentos, óbitos e casamentos em Galway, e pediu os nomes de todas as crianças que haviam morrido no orfanato.

A lista completa, quando Catherine a recebeu, registrava 796 crianças mortas. Após anos de luta e investigação, Catherine conseguiu com que investigadores posicionassem suas escavadeiras em um gramado próximo a um parque infantil em um conjunto habitacional da cidade.

A escavação, que deve durar dois anos, começou na última segunda-feira (14/07) e pode solucionar anos de resposta para diversas famílias que foram separadas.

(*Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo,sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.)