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5 hábitos antigos de educação que não devem ser usados com filhos, segundo especialistas

A forma de educar reflete gerações. Confira os hábitos do passado que não devem ser aplicados atualmente.

Jennifer Feitosa
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A forma de educar reflete gerações, e alguns hábitos do passado na criação dos filhos podem não fazer sentido nos dias atuais. Se a sua faixa etária está na casa dos 30 anos ou mais, é provável que se lembre de uma maneira de educar mais rígida e física, com chineladas, beliscões, gritos e advertências depreciativas sendo comuns nos lares brasileiros.

Essa rigidez era muitas vezes influenciada pelas gerações anteriores. Os pais das décadas de 1950 e 1960 absorveram os métodos de seus próprios pais, da década de 1920 e 1930, que, devido a crises financeiras, guerras, falta de recursos básicos e explorações de trabalho, receberam uma educação mais bruta. Pesquisas atuais mostram que essa abordagem pode prejudicar o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças, segundo a pediatra e neonatologista Débora Passos, do Hospital Pro Matre Paulista (SP).

“Antigamente, a educação era extremamente pautada no lado patriarcal da sociedade, em que o pai, a figura masculina, muitas vezes, mandava nas relações e os filhos obedeciam. Sem diálogo, com punições severas e muito baseada no poder dos mais velhos”, explica Débora Passos.

Os 5 hábitos reavaliados na criação de filhos

A seguir, veja cinco hábitos do passado que foram reavaliados por especialistas:

1. Castigo físico e medo das falas

  • Falas: frases como "o homem do saco vem te buscar" ou "vou te colocar em um colégio interno".
  • Físicos: passar molho de pimenta na boca, ajoelhar-se no milho, usar placa ou chapéu com orelhas de burro, entre outros.

Essas práticas podem causar ansiedade, depressão e excesso de insegurança em crianças e não devem ser usadas. "Quando a educação se baseia no medo, a criança até pode obedecer, mas não aprende de fato a internalizar valores. Ela age para evitar a punição, e não porque entende o que é certo", explica o psicólogo Marco Aurélio Fernandes, coordenador do curso de psicologia da Faculdade Anhanguera, de São Luís.

2. Ameaças desnecessárias

Frases como "só sai da mesa depois de comer essa travessa inteira" ou "nunca mais vai sair de casa" eram frequentemente ditas no calor do momento, sem a intenção de serem cumpridas. Hoje, a psicologia e a pedagogia afirmam a importância da consequência clara, pois a falta dela pode tornar as crianças resistentes e rebeldes, ensinando-as a não levar ameaças a sério.

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3. Engolir os sentimentos

As falas "engole o choro", "menino não chora" ou "isso não é nada" tinham a finalidade inadequada de 'endurecer' o caráter dos filhos. Atualmente, essa abordagem é vista como prejudicial, impedindo que a criança entenda o que sente e podendo gerar dificuldades emocionais na vida adulta.

"Não significa que os pais não devem dar limites, mas sim que devem oferecer orientações de um jeito mais respeitoso e construtivo", afirma Fernandes.

4. Comparação e rótulos

Chamar um filho de "preguiçoso" ou "covarde", dizer que ele "não faz nada certo" ou compará-lo com irmãos e colegas não tem efeito motivador. Pelo contrário, gera insegurança e rivalidade. Os pais devem usar frases positivas e ensiná-los a lidar com os sentimentos de forma pacífica por meio do acolhimento emocional.

5. Amadurecimento forçado

Era comum exigir que crianças cuidassem dos irmãos mais novos, assumissem o papel de responsáveis pela casa ou resolvessem conflitos familiares. Essas práticas podem gerar ansiedade crônica e prejudicar o desenvolvimento saudável da criança, além de impactar a maneira como ela vive a infância.

Os hábitos antigos de educação, como castigos físicos, punições sem sentido, engolir sentimentos, comparações e amadurecimento forçado, podem prejudicar o desenvolvimento emocional e social das crianças. Especialistas recomendam que os pais adotem estratégias de educação respeitosa, com limites claros, diálogo e incentivo positivo, garantindo que os filhos aprendam valores de forma saudável e segura.

(Jennifer Feitosa, Jovem Aprendiz, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)

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