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“Precisamos nos ouvir mais!”

Lorena Filgueiras

A atriz, diretora, escritora, atleta e, mais recentemente, dubladora de desenho animado Danni Suzuki tem um fôlego invejável. Aos 42 anos, nossa multifacetada convidada especial desta edição fala um pouco sobre o eterno movimento de autodescoberta, revela que já viveu seu salto quântico [um acontecimento que representa um divisor de águas na vida] e que o filho, Kauai, de 8 anos, é seu companheiro inseparável – até nos compromissos profissionais. Em tempos de Covid_19 e isolamento social, Danni também falou sobre o assunto e compartilhou um pouco de sua rotina, ao mesmo tempo em que acredita que este momento é uma oportunidade também de se olhar com mais amor e atenção, ouvindo nosso corpo e dando vazão aos nossos sentimentos.

Troppo + Mulher: Você está estreando como dubladora de desenho animado. Como pintou esse convite e que tipo de preparação você teve de fazer? 
Danni Suzuki: O convite foi uma surpresa, algo que sempre quis fazer e ainda não tinha tido oportunidade. Já tinha dublado minha própria voz, mas nunca um desenho, e ainda uma dublagem original, que é sua voz que dá vida ao personagem. Foi tudo muito rápido (risos). Tinha um diretor maravilhoso lá, Hugo Picchi, que foi experimentado comigo qual voz poderia usar e de que forma brincar com ela em diferentes reações.

T+M: Você é formada em Desenho Industrial, uma área bem distinta da que você atua. Como se deu esse começo de carreira, Danni?
DS: Sempre quis trabalhar com desenho animado. Meu objetivo era trabalhar com imagens em 3D. Por fim, muito me ajudou essa visão tridimensional não só para minha carreira como atriz como para direção. Hoje posso desenhar o storyboard do que imagino para uma cena e assim explicar melhor minha visão para o fotógrafo. Posso visualizar melhor na minha mente. Acredito que tudo que fazemos na vida podemos utilizar para ampliar nossa criatividade.

T+M: Antes do infantil, entretanto, a Capitã Luciana surgiu na sua vida e você teve que se entregar a uma personagem que demandou treinamento muito pesado – como desportista que é, qual fase te exigiu mais? Da rotina das mulheres policiais, qual aspecto te surpreendeu?
DS: Foi grandioso para mim fazer esse papel por tantos aprendizados. Não só fisicamente, mas conhecer esse universo feminino dentro de um mundo masculino. Me fez admirar mais a dedicação e o trabalho policial. Acho que fui alimentada bem equilibradamente tanto no trabalho físico quanto em pesquisas sobre essa profissão. Então sou muito grata, por em tão pouco tempo, ter compreendido de forma tão profunda a dedicação desses profissionais.

T+M: Há um intenso trabalho seu atrás das câmeras – como diretora, você já ganhou até prêmio. O desejo de criar e dirigir surgiu em paralelo à carreira de atriz?
DS: Surgiu antes até. Só que eu compreendia que meu trabalho como atriz me daria também muita base para olhar a direção de outra forma. Então fiz uma coisa de cada vez.

T+M: Qual necessidade ou desejo te impulsionou a abraçar essa função?
DS: Não sei muito explicar o que exatamente me impulsionou a começar de vez a dirigir, mas sei que agora é minha grande paixão. E não consigo mais parar.

T+M: Pensas em te dedicar exclusivamente a essa atividade no futuro?
DS: Talvez no futuro, mas ainda quero atuar. Tenho projetos que ainda quero realizar com atriz.

T+M: No meio disso tudo, li uma entrevista sua em que revelas estar escrevendo um livro sobre Comportamento Humano e Física quântica e fiquei bem surpresa, confesso. Pensei “ela não para!”. Risos. O desejo de abraçar a Literatura surgiu em qual momento? E por que um livro com essas temáticas?
DS: Sou apaixonada pelo comportamento humano e muitas vezes vejo como as pessoas têm um grande potencial e pouco aproveitam por não acreditarem em si mesmas. O livro é minha forma de compartilhar meu pensamento quanto a isso, de mostrar o que a ciência comprova e como podemos impulsionar quem somos para uma nova vida. Meu grande desejo é que um dia todos nós possamos entrar em uma vibração de prosperidade e crescimento.

T+M: Já que estamos falando sobre isso, já viveste teu salto quântico? Se sim, e se puderes contar, qual foi? Como isso representou um divisor de águas na sua vida?
DS: Com certeza. Quando compreendi que Deus estava no controle, mas era eu que estava no comando, percebi o quanto minhas escolhas ditam meu caminho. A forma como lidamos com as adversidades é o que dita o caminho de nossa vida. Então, você escolhe ser feliz e a tão sonhada felicidade vem.

T+M: Você é mãe de um menino de oito anos. Como a maternidade mudou a sua vida?
DS: Muda todos os dias. Cada descoberta dele percebo uma mudança em mim. Ele me ensina todos dia, ele me preenche. E me faz olhar o mundo diferente. Kauai é muito especial, ele me alegra o dia, me faz gargalhar de rir e me mostra que a vida é gigante dentro da sua simplicidade.

T+M: Ele te acompanha nessas jornadas profissionais?
DS: Sim, em praticamente tudo. Quando não presencialmente, ele participa de alguma outra forma.

T+M: Danni, a gente vive uma época confusa, de isolamento social, em função do Covid_19. Como tens encarado esse momento?
DS: É um período muito delicado e, eu acredito, de transformação. É um momento que estamos fazendo uma parada forçada e, assim, temos a oportunidade de mergulhar em nós mesmos, pensar no que estamos fazendo, para onde queremos ir e como queremos trilhar esse caminho.

T+M: O que tens feito para passar esse período com alguma qualidade, uma vez que tens criança em casa?
DS: Apenas ampliando o que já fazíamos. Kauai pinta, joga xadrez, coloca música e dançamos, lemos livros e fazemos dever de casa juntos, assistimos a filmes também... Amo brincar com Kauai. Ele é muito criativo e muitas vezes ele mesmo propõe a brincadeira. Eu o ajudo nas lições. Eu e Kauai somos muito companheiros.

T+M: Qual mensagem fica para ti neste período? Qual a lição tirar disso tudo?
DS: Acho que é importante pensar na transformação que esse momento nos permite. Porque o isolamento social também faz com que a gente diminua o barulho que está o nosso redor e passe a se ouvir mais, com mais atenção. Acho que a lição é refletir sobre para onde estamos indo e, mais importante ainda, o que estamos fazendo para chegar até lá.

T+M: Quais seus planos para o futuro?
DS: Viver o presente!

Para conhecer mais:
@danisuzuki

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