Ministro da CGU celebra potencial da IA para análise de editais e licitações
Governo aposta em tecnologia e energia limpa para atrair investimentos e ampliar o uso de inteligência artificial

O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, celebrou o avanço do potencial da pasta na análise de editais e licitações, graças ao bom uso da inteligência artificial ALICE (Analisador de Licitações, Contratos e Editais). Segundo o representante da pasta, a ferramenta auxiliou o ministério a alcançar recordes anuais de economia de recursos públicos em obras, uma redução avaliada em R$ 1,25 bilhão, somente no último ano. A CGU é o órgão de controle interno do Governo Federal e responde pela defesa do patrimônio público, promoção da transparência e o combate à corrupção na gestão pública federal.
A ferramenta permite uma atuação mais estruturada e focada da CGU, otimizando o trabalho das equipes de auditoria para situações específicas. Além disso, possibilita uma ação repressiva mais precisa e avaliada posteriormente. Desse trabalho, Carvalho destaca dois avanços essenciais nas ações: rapidez e potencial de repressão.
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No primeiro caso, a agilidade é um resultado direto da velocidade na análise das informações nos documentos. “Antes a gente ficava procurando uma agulha no palheiro e agora a gente consegue otimizar o trabalho das equipes de auditoria para situações muito específicas”, explica. O segundo ganho é quanto à repressão de ações, o que reflete principalmente na atuação da CGU com entidades da segurança pública, como a Polícia Federal (PF).
Carvalho explica que a CGU tem trabalhado em operações com a Polícia Federal em diversas ações no combate à corrupção. Para ele, essa característica é sensível à relação entre corrupção e crime organizado, que mudou no Brasil, tornando-se mais fluida.
“Essa fronteira é muito mais fluida do que era antigamente. Agora a gente tem a criação de uma dimensão do crime, que é uma dimensão de crime institucional, em que o crime organizado e as organizações criminosas têm tentado, inclusive, assinar contratos com o poder público. E essas assinaturas de contrato passam invariavelmente por questões de corrupção. Logo, a gente precisa estar muito atento a isso”, afirma o ministro.
Segundo o representante da pasta, outra parte dessas vantagens inclui as mesmas assistências no combate a crimes na área ambiental. “Também vem a outra dimensão e a gente precisa desses instrumentos de inteligência artificial para detectar isso na raiz e combater com muita eficiência”, celebra Carvalho. A expectativa do ministro é de que o governo siga com o debate sobre a inserção dessas tecnologias dentro das pastas e avance nos ganhos em outras áreas.
Em complemento ao tema, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o papel estratégico da inteligência artificial e dos data centers no fortalecimento da economia nacional e na atração de investimentos internacionais. Segundo ele, o Brasil reúne todas as condições para receber grandes empreendimentos do setor de tecnologia devido à sua matriz energética predominantemente limpa e renovável.
“A maior parte dos data centers do mundo tem, até mesmo em seus programas de compliance e de imagem, a necessidade de estar em locais com infraestrutura suficiente e energia limpa. E o Brasil é um paraíso para recepcioná-los. Por isso, junto ao ministro Alexandre Padilha e ao vice-presidente Alckmin, assinamos uma medida que traz uma série de estímulos para a atração de data centers”, afirmou Silveira.
O ministro anunciou ainda que o primeiro grande investimento do tipo já está previsto para o Ceará, onde serão aplicados R$ 50 bilhões na construção de um novo centro de dados. “Daqui a seis meses nós teremos, efetivamente, obras para receber esse data center. A previsão é que o Ceará oficialize o Brasil como referência em recepcionar esses investimentos”, disse.
Silveira enfatizou que o governo está atento para garantir que esses projetos tragam geração de emprego e renda e não apenas sirvam como pontos de armazenamento de informações de empresas estrangeiras. “Queremos que esses investimentos tenham resultados concretos para o país. E isso passa pelo conteúdo local, pela geração de oportunidades. Ontem mesmo, no Rio de Janeiro, tínhamos 10 mil trabalhadores atuando em projetos da indústria naval e de energia, o que mostra a força dessa política pública de reindustrialização”, destacou.
Ao encerrar, o ministro ressaltou que os setores de energia elétrica, petróleo, gás e mineração têm sido fundamentais para o crescimento do país. “Nesses três setores, criamos mais de 13 milhões de empregos nos últimos três anos. E agora, com o Conselho Nacional de Política Mineral, que será instalado ainda este ano, vamos garantir mais governança e planejamento para o setor”, completou Silveira.
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