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Paulo Guedes reconhece obstáculos com perfil de Bolsonaro, mas diz estar preparado para ir até o fim

Diego Iwata, especial para O Liberal

No painel mais esperado do Estadão Summit Brasil: O Que É Poder?, do jornal O Estado de S. Paulo, com parceria do Grupo Liberal, o ministro Paulo Guedes defendeu o presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de um “homem de princípios”.

Mas, ao mesmo tempo, reconheceu que a postura beligerante do mandatário acaba sendo um entrave, em alguns momentos, no que toca a rusgas causadas pelo perfil reativo e intempestivo do governante máximo do País. 

“Sim, ele é desafortunado na forma de expressão, muitas vezes”, disse. “E seria ótimo se tivéssemos uma convivência mais pacífica. Mas a questão tem dois lados. Quem respeita é respeitado”, afirmou o ministro. 

A resposta de Guedes se deu no âmbito da pergunta da moderadora, a jornalista Eliane Catanhêde, sobre o recente vídeo publicado no perfil do presidente em que ele, entre outras ofensas a setores, chama de “hienas” os membros do Judiciário. 

Já a pergunta surgiu depois de Guedes relatar que se reúne com frequência com David Alcolumbre (DEM), presidente do Senado, Dias Toffoli, do STF, e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). E que muitos encontros foram necessários para que se chegassem a acordos pela aprovação da reforma da Previdência.

“Se o homem tem reações espontâneas, também é verdade que merece respeito e que tem princípios. Foi eleito por 60 milhões de brasileiros que enxergaram isso nele”, diz. 

A defesa a Bolsonaro chega em um momento muito delicado para o presidente, ligado recentemente, em reportagem do Jornal Nacional, ao assassinato da vereadora carioca do PSOL, Marielle Franco, por milicianos. 

CRESCIMENTO DO BRASIL

image (Roberto Casimiro / Fotoarena / Estadão Conteúdo)

Mas nem só de Bolsonaro viveu o painel sobre o “O Poder da Economia”, que fechou o summit e teve também as participações de Gustavo Franco (presidente do fundo Rio Bravo e um dos criadores do Plano Real), Murilo Portugal (presidente da Febraban) e Zeina Latif (Economista-chefe da XP Investimentos).

Guedes falou também do ritmo de crescimento do Brasil que, segundo ele, não é lento, mas compatível com os diversos anos de governos “dirigistas”, ou seja, intervencionistas na questão econômica. 

“Por anos, achou-se que o motor do crescimento seriam os gastos públicos. É ingenuidade acreditar que o Brasil vai voltar crescer de uma hora para outra”, afirmou. 

Guedes explicou os mecanismos de sua política econômica, baseado no tripé de desalavancagem dos bancos públicos e recalibração dos gastos futuros a partir da reforma da Previdência, além da manutenção de índices inflacionários controlados. 

Segundo Guedes, tais medidas levarão a uma reaceleração da economia de uma forma sustentável, já que as empresas privadas, e não o governo, por meio de incentivos pontuais, é que será o drive do crescimento e fornecedor de crédito. 

Gustavo Franco fez eco às afirmações de Guedes, enquanto Murilo Portugal, da Febraban, ressaltou que vê nesse governo uma política macroeconômica de fato, e não apenas uma política de oferta de créditos. 

“Trata-se de uma mudança muito profunda que vamos colher no futuro”, disse Guedes. 

DESACELERAÇÃO

image Economista chefe da XP Investimentos Zeina Latif (Roberto Casimiro / Fotoarena / Estadão Conteúdo)

Zeina Latiff da XP, por outro lado, disse acreditar que, antes da bonança, um novo ciclo de dificuldades pode ocorrer, com desaceleração. 

A economista também ressaltou que falta diálogo do governo com setores da sociedade para que haja uma melhor compreensão quanto Às medidas impopulares, como a reforma nas pensões e aposentadorias de professores e militares, que têm grande força de mobilização. 

Indagado por Eliane Catanhêde se faltaria visão do lado social na política econômica do governo, Guedes disse entender que a eficiência da máquina econômica é que será a força motriz para alavancagem da melhor de índices sociais. 

“Até porque, não faltou (olhar para o ) ‘social’ nos últimos governos, e os problemas não foram resolvidos”, disse. 

Gustavo Franco também ressaltou que, diferentemente do governo FHC, do qual ele fez parte, a hiperinflação não é mais um problema. O desafio de Guedes, por outro lado, é o crescimento. 

O SURGIMENTO DA ALIANÇA

image (Flavio Corvello / Futura Press / Estadão Conteúdo)

Paulo Guedes contou como foi o processo de aproximação dele com Bolsonaro. O ministro fazia parte de uma equipe de apoio a Luciano Huck. Mas, com a desistência do apresentador de se candidatar em 2018, ele, que já “namorava” Bolsonaro, juntou-se à campanha.  

Guedes explica que viu em Bolsonaro um fenômeno de votos que podia levá-lo à presidência e que, por isso, decidiu fechar questão com o capitão reformado. 

“Quando o establishment perde a decência, vem o rejuvenescimento”, disse ele, para explicar como viu a eleição de Bolsonaro.

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