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Estadão Summit Brasil trouxe as maiores mentes do País para discutir o poder em suas várias nuances

Confira um resumo dos principais momentos do evento "O Que É Poder?", inspirado no "The Big Ideas", do jornal The New York Times

Diego Iwata, especial para O Liberal

Os três painéis mais esperados do Estadão Summit Brasil: O Que É Poder?, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com o Grupo Liberal, foram os que abriram e fecharam o evento. 

Pela manhã, os painéis com João Doria, governador de São Paulo, e o apresentador Luciano Huck, um dos principais nomes nas pesquisas de intenção de votos para presidente, em 2022, mobilizaram atenções. E, no fim da tarde, foi a vez do ministro da Economia, Paulo Guedes, deixar hipnotizados os presentes ao Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.  

Durante todo o dia, o "poder”, em seus diferentes âmbitos e nuances, foi tema de 15 painéis - incluindo uma palestra-almoço com o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que foi alvo de protesto de manifestantes presentes ao local. 

Doria foi o primeiro a falar e, embora tenha relutado em se colocar em posição de antagonismo ao presidente da República, pediu dele um pouco mais de bom senso e equilíbrio em suas declarações. 

O governador paulista tampouco quis se lançar como candidato do PSDB ao pleito presidencial. Porém, sua indicação de que não concorrerá à reeleição no Estado de São Paulo serviram como bom indicativo de que o Planalto pode ser seu alvo. 

Luciano Huck mostrou ainda menos disposição de se colocar como presidenciável, mas defendeu, por exemplo, que um bom governo será aquele que equilibrar austeridade fiscal com investimentos sociais. E, embora seja ligado à direita, defendeu que o Estado não se reduza por convicção apenas, mas sim de acordo com as demandas sociais. 

image Maestro João Carlos Martins (esq.), ao lado do apresentador Luciano Huck e do governador do Estado de São Paulo, João Doria (Felipe Rau / Estadão Conteúdo)

No terceiro painel do dia, a ministra do STF Cármen Lúcia teve a participação mais destacada. 

Além dela, participaram deste parte do evento a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o cientista político Luiz Felipe Davila.

Cármem falou sobre a importância de se lutar pela democracia diariamente e explicou por que ela tem desvantagens em relação à corrupção. 

“Democracia e ética vivem de valores. A corrupção de interesses”, disse.

E a fala de Raquel Dodge foi na mesma direção. A procuradora defendeu também que os preceitos da Constituição de 1988 sejam preservados, para que a confiança da população nas instituições possa se elevar.   

Eduardo Leite falou sobre a importância da diversidade, para que a sociedade não se torne uma ditadura da maioria, mas sim um espaço para que todos possam ter voz, em especial as minorias. 

image Presidente do CLP Luiz Felipe D'Avilla (esq.); governador do RS Eduardo Leite; subprocuradora-geral da República Raquel Dodge; e ministra do STF Cármen Lúcia (Felipe Rau / Estadão Conteúdo)

Peter Capatano, palestrante da quarta atração do dia e um dos editores de opinião do The New York Times, comentou sobre a transformação da imprensa em alvo de hostilidades em todo o mundo. Para ele, o fenômeno é natural, uma vez que a informação é poder.  

“Ou seja, pela supressão de alguns grupos e das informações que eles podem trazer, protege-se também quem está no poder”, explicou.  

Já o jornalista Larry Rohter, ex-correspondente do jornal norte-americano, foi a atração do primeiro painel da parte da tarde. 

Famoso por ter sido ameaçado de expulsão do Brasil pelo Presidente Lula em 2004, Rohter desfilou seu conhecimento sobre o país e se mostrou preocupado com o que acontece no País atualmente, especialmente em comparação ao caminho que o Brasil parecia tomar na época em que ele morou por aqui. 

Ele, que é biógrafo do Marechal Cândido Rondon, um dos nomes mais importantes da história no campo do indigenismo, exaltou o caráter de seu biografado como um exemplo de que o Brasil pode voltar a encontrar dias melhores. 

O segundo painel vespertino trouxe a pensadora digital Martha Gabriel, que falou sobre a importância de uma educação dirigida para as questões regionais de cada parte do País, bem como no investimento para que haja inserção das pessoas no mercado de tecnologia. 

“Mulher não brota no mercado de tecnologia, é preciso trabalhar para isso”, disse. 

Fiamma Zarife, diretora geral do Twitter no Brasil, falou sobre diversidade e pegou como gancho a última fala de Martha para iniciar sua participação. 

Para ela, a dificuldade da mulher no mercado de tecnologia começa já em casa, quando o menino recebe os brinquedos mais estimulantes, o que acaba implicando num menor número de profissionais em área técnicas: apenas 20% do mercado de profissionais de tecnologia é composto por mulheres.

“Está aumentando com o tempo, mas ainda falta”, disse ela, cuja empresa incentiva a capacitação para que mulheres assumam cargos com esses perfis. 

Segundo Fiamma, a presença de poucas mulheres na área pode até mesmo afetar a maneira como os algoritmos são construídos. 

image Diretora geral do Twitter Brasil Fiamma Zarife (Roberto Casimiro / Fotoarena / Estadão Conteúdo)

Michael Greenspon, jornalista do The New York Times, falou sobre o poder da informação e fez uma defesa da imprensa diante dos ataques de políticos, como Donald Trump e Jair Bolsonaro. 

“Quando atacam jornalistas, os políticos não estão preocupados em informar bem a população, mas apenas em prejudicar a legitimidade da mídia profissional”, afirma.

Em um painel seguinte, que também contou com a participação de Greenspon, de William Waack, da CNN Brasil, e do diretor de jornalismo do Grupo Estado, João Caminoto, o poder das fake news e de como a mídia deve se portar para buscar reconstruir sua credibilidade foram os temas. 

Caminoto acredita, inclusive, que é justamente a profusão de fake news o que pode acabar fortalecendo novamente a mídia tradicional, já que a população vai precisar de “ajuda” para saber quais informações são corretas e confiáveis.

Por fim, no painel mais aguardado do dia, Paul Guedes defendeu o presidente Bolsonaro no que diz respeito ao seu perfil intempestivo e deu uma mensagem de confiança no trabalho de sua equipe econômica.

“O Brasil está retomando o crescimento, mas é ingênuo quem pensa que isso se dará da noite para o dia”, finalizou.

image Ministro da Economia Paulo Guedes (Flavio Corvello / Futura Press / Estadão Conteúdo)
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