João Dória e Luciano Huck evitam falar em corrida presidencial para 2022

Convidados abriram o evento Summit Brasil: O Que É Poder?, realizado pelo Grupo Estado, em parceria com o Grupo Liberal

Diego Iwata, especial para O Liberal
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Dois dos nomes mais cotados para candidaturas à presidência da República em 2022, o governador de São Paulo João Doria (PSDB-SP) e o apresentador Luciano Huck estiveram, nesta quarta-feira (30) no Estadão Summit Brasil: O Que É Poder?, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com o Grupo Liberal, na capital paulista. 

Ao contrário de Huck, que fugiu de questionamentos que poderiam levá-lo a anunciar precocemente uma intenção de concorrer à presidência, Doria não negou que possa concorrer. Ao contrário, deu indícios de que pode se candidatar ao Planalto, ao afirmar ser contrário à reeleição e que não vai concorrer a um novo termo no poder estadual. 

“Sei que foi o Fernando Henrique Cardoso quem lançou essa emenda, mas sou contrário à ela e não irei concorrer”, cravou o governador. 

Doria também defendeu a existência de eleições nacionais gerais a cada cinco anos, tempo máximo ininterrupto que propõe para os mandatos, sem direito de reeleição. Defendeu também o voto distrital misto.  

“O Brasil não suporta eleições a cada quatro anos. Essa é a hora de se discutir gestão, e não eleição”, bradou. 

image Governador do Estado de São Paulo João Doria (Felipe Rau / Estadão Conteúdo)

Exacerbando mais uma vez sua veia neoliberal, Doria voltou a defender a redução do Estado. 

“Tudo que puder será privatizado em São Paulo. O estado não pode ser onipresente, ele tem que ser responsável pela índole, de entender que um governo deve governar para os mais pobres. E não administrar estradas e portos”, disse. 

Doria fez diversos afagos ao ministro Paulo Guedes ao longo do painel e, mesmo dizendo não ter a intenção de antagonizar-se ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que o Executivo Nacional será exaltado quando acertar (segundo ele, como na reforma da Previdência), na mesma medida que deve ser corrigido quando errar. 

Como exemplo, citou as falas de Bolsonaro sobre as eleições na Argentina.

“Foram eleições legítimas e democráticas. Temos de respeitar nossos vizinhos. São o nosso terceiro maior parceiro comercial, atrás apenas de EUA e China”’, disse. “A hora é de menos excessos e mais diálogo”.

Ouça o resumo dos principais pontos da palestra de João Doria:

Huck fora da zona de conforto

image Apresentador Luciano Huck (Felipe Rau / Estadão Conteúdo)

O apresentador Luciano Huck confessou estar se sentindo fora de sua zona de conforto durante o painel de que participou - o que não impediu de dar posições políticas bem claras sobre temas como políticas sociais.

Para ele, em virtude de sistemáticos equívocos históricos, políticas desse cunho serão necessárias ainda por algumas décadas.

“Eu acredito em um Estado do tamanho que for preciso”, disse. 

Citando exemplos de pessoas que conheceu em viagens pelo Brasil, Huck disse entender que o melhor caminho é uma combinação de visões de esquerda e de direita. 

“Só consegue cuidar dos outros quem paga suas contas”, afirmou, quando perguntado se os dois campos políticos não estariam demasiadamente exacerbados em defesa de seus temas mais caros - o social e o equílibrio das contas públicas.     

O apresentador, um early adopter de mídias sociais, falou também da importância das ferramentas.

“É uma comunicação de peito aberto. E, neste sentido, se assemelha muito ao rádio”, afirmou. 

Para Huck, construir escolas e hospitais, por exemplo, é menos urgente do que administrá-los de modo mais eficiente.

Ouça o resumo dos principais pontos da palestra de Luciano Huck:

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