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Quais doenças se pode pegar em salão de beleza? Saiba os riscos e como evitar

Alicates e produtos contaminados geram infecções de pele e problemas respiratórios em clientes, alerta especialista

Jennifer Feitosa
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Ao frequentar um salão de beleza, é essencial avaliar as condições de limpeza e o cuidado com os instrumentos usados pelos profissionais. A falta de higienização adequada pode transformar o ambiente em um risco para a saúde, favorecendo a transmissão de diversas doenças.

Quando instrumentos como alicates, tesouras ou pincéis entram em contato direto com a pele ou mucosas sem a devida esterilização, aumentam as chances de contaminação por vírus, bactérias e fungos.

Principais doenças que podem ser transmitidas

Entre os agentes infecciosos mais comuns estão:

  • Vírus: gripe (influenza), covid-19, conjuntivite, herpes simples, hepatites B e C e HIV.
  • Bactérias: estafilococo (Staphylococcus aureus), que causa infecções de pele, impetigo e celulite, podendo gerar complicações em pessoas com baixa imunidade.
  • Fungos: responsáveis pelas micoses das unhas (onicomicoses).
  • HPV (papilomavírus humano): provoca verrugas periungueais, que se instalam ao redor das unhas das mãos e dos pés.

Unhas e pele são áreas mais vulneráveis

As unhas e a pele estão entre as partes mais suscetíveis à transmissão de doenças em salões de beleza. Isso ocorre porque diversos instrumentos são compartilhados e nem sempre passam por esterilização completa.

Entre os fatores que favorecem a contaminação estão:

  • Cortes de cutícula;
  • Lixamento excessivo;
  • Microlesões na pele;
  • Uso de produtos químicos fortes.

Essas práticas enfraquecem as barreiras naturais da pele e das unhas, facilitando infecções.

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Segundo a dermatologista Anne Amaral, professora da Afya Educação Médica (Manaus-AM), “o uso de esmaltes antigos e removedores agressivos, como a acetona, pode favorecer a proliferação de microrganismos e enfraquecer a camada protetora das unhas”. A especialista alerta que isso torna as unhas mais porosas e propensas a rachaduras, abrindo caminho para agentes infecciosos.

Dermatite e produtos com substâncias químicas

A dermatite é outra preocupação em salões, causada por substâncias químicas presentes em:

  • Esmaltes;
  • Produtos para alisamento e unhas de gel — que contêm formaldeído, tolueno, ftalatos e metacrilatos;
  • Produtos falsificados ou vencidos.

A má aplicação e a falta de higienização também elevam o risco de reações alérgicas e infecções.

Riscos do formol e produtos ilegais

O oftalmologista Leonardo Marculino, do Hospital Cema (SP), explica que “produtos com formol liberam vapores irritativos que podem causar conjuntivite química e, em casos graves, ceratite (inflamação da córnea)”. Ele orienta que o uso seja feito apenas por profissionais capacitados, em locais ventilados e com equipamentos de proteção.

Produtos de alisamento capilar com formaldeído acima de 0,2% são proibidos pela Anvisa, mas ainda são vendidos ilegalmente. O uso frequente pode causar:

  • Irritação respiratória;
  • Dermatite e alergias;
  • Efeitos potencialmente cancerígenos.

Cuidados com maquiagem e cílios postiços

Procedimentos como extensões de cílios, o uso de lápis e colas para cílios postiços exigem atenção. Segundo Marculino, esses produtos “podem causar alergias locais, blefarite (inflamação das pálpebras), terçóis e até lesões graves na córnea se contaminados”.

Como se proteger sem abrir mão da estética

Mesmo com os riscos, é possível reduzir as chances de contaminação adotando medidas simples:

  • Verifique se os materiais são esterilizados em autoclave;
  • Peça para os instrumentos serem abertos na sua frente;
  • Prefira levar seus próprios alicates, espátulas, tesouras e lixas metálicas;
  • Use produtos de maquiagem individuais e higienize pincéis e esponjas com frequência;
  • Escolha estabelecimentos regulamentados e produtos aprovados pela Anvisa;
  • Procure profissionais capacitados para aplicar cílios postiços ou extensões.

O infectologista Moacyr Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), reforça que “o risco está ligado ao contato com sangue, principalmente em cortes de cutícula ou pequenas lesões”.

Vacinar-se contra hepatite B, exigir a correta esterilização dos instrumentos e evitar o compartilhamento de itens são atitudes simples que fazem toda a diferença, segundo Amaral.

Prevenção de alergias e irritações

Para evitar reações adversas, especialistas recomendam:

  • Evitar o uso prolongado de produtos agressivos;
  • Dar preferência a fórmulas hipoalergênicas;
  • Realizar testes epicutâneos em casos suspeitos;
  • Não aplicar produtos sobre lesões ativas;
  • Usar sempre equipamentos de proteção individual (EPI).

Com prevenção e cautela, é possível aproveitar os cuidados estéticos sem comprometer a saúde. As informações são da Universa, do UOL.

(Jennifer Feitosa, Jovem Aprendiz, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)

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