Problemas auditivos em crianças prejudicam a fala e o desempenho escolar, alerta especialista
A exposição a balneários e piscinas aumentam o risco de infecções no ouvido, tornando os exames auditivos essenciais no período pós-férias
No período de volta às aulas, é fundamental que as crianças façam uma avaliação da saúde auditiva, é o que alerta a fonoaudióloga Izi Patrícia Pardal. A exposição em balneários e piscinas apresentam riscos, como água no ouvido, o que pode levar a alterações que afetam a fala e dificultam a aprendizagem. Conforme o Censo Escolar de 2022, cerca de 61.500 crianças na Educação Básica no Brasil têm alterações auditivas, número que pode ser ainda maior devido a casos não diagnosticados. É um problema real que muitas vezes não é ouvido nem falado por quem o enfrenta.
A especialista explica que as crianças podem desenvolver problemas auditivos por diversos motivos, sendo alguns permanentes e outros passíveis de melhora com tratamento. Por isso ela destaca a importância de uma avaliação auditiva no volta às aulas, que pode detectar perdas auditivas antes que elas prejudiquem o desempenho escolar.
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"A identificação precoce evita muitas dificuldades de aprendizado, pois qualquer grau de perda auditiva, mesmo que mínima, pode dificultar a compreensão das aulas, impactando não só a leitura, a escrita e o desenvolvimento de habilidades de comunicação, como das habilidades de atenção, concentração e memória. Dificuldades auditivas podem afetar também a capacidade de uma criança de interagir com colegas e professores, influenciando suas habilidades sociais e emocionais", adverte.
Ela orienta também sobre os riscos que os balneários, igarapés, rios, praias e piscinas podem apresentar para a saúde auditiva, especialmente para crianças. Isso acontece porque, devido ao canal auditivo curto e estreito dos pequenos, a água da piscina ou do mar pode ficar presa no ouvido, criando um ambiente úmido que facilita o crescimento de bactérias e fungos. Como resultado, aumenta a incidência de otites, também conhecidas como "ouvido de nadador", uma infecção que pode ser dolorosa e causar perda de intensidade e qualidade sonora.
Além disso, a exposição prolongada ao sol sem a devida proteção pode levar a queimaduras solares, inclusive na área ao redor dos ouvidos. A pele queimada pelo sol pode se tornar mais sensível e suscetível a infecções.
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"Esses ambientes são os favoritos da nossa população, das crianças e, claro, nosso clima pede! Porém são necessários alguns cuidados para cuidar da saúde auditiva, pois as infecções mais comuns são as famosas otites externas e médias. Muitas vezes assintomáticas ou a criança não saberá qualificar o que está sentindo", avalia a fonoaudióloga.
Izi Patrícia Pardal também orienta sobre como perceber se há algo de errado com a audição dos pequenos. A criança estar menos responsiva ao chamado do nome, esquecer facilmente o que foi solicitado, ter a necessidade de repetição do que foi dito, começar a falar mais alto e assistir televisão em maior volume, são alguns dos indícios de problemas de audição. Diante disso, a especialista reforça que exames auditivos de rotina precisam ser realizados.
*(estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)
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