Novo tratamento contra o câncer de pele pode ser incorporado ao SUS
O tratamento pode ser realizado em consultório, não é invasivo e age diretamente nas células cancerígenas.
Uma tecnologia promissora para o tratamento do câncer de pele está prestes a dar um passo importante no Brasil, podendo ser construída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se da terapia fotodinâmica, desenvolvida pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que tem mostrado eficácia no combate ao câncer de pele não melanoma, especialmente do tipo carcinoma basocelular. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema de Saúde (CONITEC) recomenda a inclusão dessa terapia no SUS.
Resultados de ensaios clínicos demonstraram taxas mínimas de recidiva (quando o câncer retorna) e um índice de cura de 90% nas lesões de pele. Desenvolvida ao longo de mais de uma década, a tecnologia se destaca por seu baixo custo e facilidade de produção, como explicou a professora Cristina Kurachi, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo no Instituto de Física da USP.
Além do custo acessível, outro ponto positivo da terapia fotodinâmica é a sua praticidade: o tratamento pode ser realizado em consultório, não é invasivo e age diretamente nas células cancerígenas.
SOBRE A PESQUISA INOVADORA
Esta é a primeira vez que uma universidade brasileira solicita a incorporação de uma tecnologia ao SUS. O dispositivo desenvolvido na USP é considerado único no mundo, pois possui um sistema duplo na mesma plataforma, permitindo o diagnóstico e o tratamento do câncer no mesmo dia. A comissão levou em consideração que esse procedimento evita mutilações e procedimentos dolorosos em grande parte dos casos.
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O que é carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular é o tipo mais comum de câncer de pele e possui baixa letalidade, com altas taxas de cura detectadas em alcance inicial. O projeto Terapia Fotodinâmica recebeu financiamento da FINEP, Financiadora de Estudos e Projetos, além do apoio do BNDES e do Ministério da Saúde.
A recomendação de incorporação da terapia fotodinâmica ao SUS está agora nas mãos da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde. Caberá a essa entidade publicar a portaria no Diário Oficial da União. Em seguida, o SUS terá até seis meses para disponibilizar o procedimento na rede pública de saúde, o que pode significar um avanço significativo no tratamento do câncer de pele no país.
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