Descubra 3 plantas comestíveis que você pode ter em casa sem saber
Ricas em nutrientes e facilmente encontradas em quintais e jardins, essas plantas alimentícias não convencionais surpreendem pelo valor nutricional e versatilidade na cozinha

Apesar de pouco presentes no cardápio da maioria dos brasileiros, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) são abundantes em todo o território nacional e oferecem um potencial nutricional muitas vezes superior ao de alimentos tradicionais, como alface, cenoura ou maçã.
Essas plantas possuem partes comestíveis variadas, como folhas, raízes, talos, rizomas, flores, frutos e sementes. São espécies resistentes, adaptadas ao clima local e, na maioria das vezes, crescem espontaneamente — ou seja, sem a necessidade de cultivo intensivo.
“É muito comum encontrar algumas crescendo pelas calçadas nas cidades, em meio aos jardins ou hortas de casa”, explica a nutricionista Manuela Mika Jomori, ao portal UOL.
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Conheça algumas PANCs que você pode ter visto por aí:
Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata)
Planta trepadeira de folhas verde-escuras e espinhos, é altamente nutritiva. A nutricionista explica que a planta é rica em proteínas, fibras, ferro e vitaminas A, C e do complexo B, suas folhas são usadas na culinária para aumentar a saciedade, melhorar a digestão e fornecer antioxidantes importantes.
Cariru (Talinum triangulare)
Também chamada de beldroega-graúda, essa planta de folhas largas e brilhantes tem sabor similar ao do espinafre, com leve amargor. É uma excelente fonte de vitaminas A e C, além de conter ferro e cálcio, segundo a especialista. Pode chegar a 60 cm de altura e é nativa do Brasil.
Monguba (Pachira aquatica)
Conhecida como castanheira-do-Maranhão ou árvore-do-dinheiro, essa árvore pode alcançar até 18 metros de altura. Suas sementes, encontradas em vagens grandes, são comestíveis cruas ou torradas. São ricas em proteínas, fibras, carboidratos, vitaminas e minerais, detalha a nutricionista.
Cuidado: nem toda planta que parece comestível é segura
Um alerta importante: identificar PANCs requer conhecimento. Algumas espécies comestíveis são muito semelhantes a outras tóxicas. Pequenas diferenças no formato das folhas ou na coloração podem separar um alimento saudável de um perigo.
“A taioba é um bom exemplo disso. Existem espécies comestíveis, não comestíveis e tóxicas, que podem se tornar seguras para o consumo apenas após um longo processo de fervura”, explica Jomori.
Se você não tiver certeza sobre a planta ou sua parte comestível, a recomendação é simples: não consuma. Procure orientação especializada, consulte livros de identificação de PANCs ou use aplicativos confiáveis.
Por que incluir PANCs na alimentação?
Além de aumentarem a diversidade do prato — o que contribui para uma dieta mais rica e saudável —, as PANCs possuem outras vantagens, segundo a nutricionista Rafaela Karen Fabri, professora do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Elas crescem espontaneamente ou são fáceis de cultivar, dispensando o uso de agrotóxicos.
“Assim, consistem em opções de consumo mais saudáveis e sustentáveis, pois, além de serem ricas em nutrientes, não prejudicam o meio ambiente”, destaca.
Outra vantagem é o baixo custo. Ingredientes como o “coração” da bananeira ou o miolo do caule do mamoeiro, por exemplo, podem ser aproveitados sem a necessidade de comprar novos alimentos.
Onde encontrar?
Embora ainda sejam raras nos supermercados tradicionais, as PANCs podem ser encontradas em feiras agroecológicas, hortas comunitárias e, em alguns casos, até no quintal de casa. Muitas vezes, estão mais próximas do que imaginamos — só é preciso aprender a identificá-las.
(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)
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