Criança de 6 anos morre após confundirem tumor cerebral com cansaço de rotina; entenda o caso
Pais e a equipe médica atribuíram os sintomas ao cansaço das atividades extracurriculares

Um menino, identificado como Taylan Kurtul, de 6 anos, morreu pouco tempo após um médico ignorar seu primeiro sintoma ligado a um tumor cerebral e associar as dores que a criança sentia como algo voltado ao "cansaço de rotina". O caso ocorreu no Reino Unido e a família do garoto busca levantar recursos para apoiar entidades que investiguem possíveis curas para a condição da doença.
O primeiro sinal veio quando a criança passou a relatar estar com a visão turva. Após um exame de vista, o oftalmologista descartou qualquer problema sério, acalmando os pais.
No entanto, logo depois, Kurtul começou a apresentar sinais de fadiga extrema, dores no estômago, instabilidade ao andar, além de tontura e alterações emocionais. Inicialmente, seus pais e a equipe médica atribuíram os sintomas ao cansaço das atividades extracurriculares, mas resolveram escutar outras opiniões médicas. Apenas por meio de exames de imagem mais detalhados, como a ressonância magnética, foi descoberta uma massa significativa em seu cérebro, revelando um diagnóstico de Meduloblastoma.
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Meduloblastoma: o que é e como afeta crianças?
O meduloblastoma é um tipo de tumor cerebral maligno (câncer) que afeta principalmente crianças, sendo o tumor cerebral cancerígeno mais comum na infância. Ele se origina no cerebelo, região do cérebro responsável por controlar a coordenação motora, o equilíbrio e certos aspectos da fala e cognição.
A maioria dos casos ocorre em crianças entre 3 e 8 anos, mas também pode afetar adolescentes e, mais raramente, adultos.
Sintomas:
- Dor de cabeça persistente (principalmente ao acordar)
- Náuseas e vômitos
- Dificuldade para andar ou manter o equilíbrio
- Visão turva ou visão dupla
- Alterações de comportamento ou aprendizado
- Sonolência excessiva
Avanço da doença
Após o diagnóstico, os médicos realizaram uma cirurgia que conseguiu remover 99% do tumor cerebral. Kurtul também passou por rodadas de radioterapia e quimioterapia. Mas, mesmo com o sucesso da operação, o britânico desenvolveu síndrome da fossa posterior, uma espécie de complicação. Ao longo do tempo, o menino teve sinais de demência precoce e com a piora progressiva no quadro, os pais decidiram interromper os tratamentos para não prolongar mais o sofrimento.
A família de Taylan busca transformar sua trágica experiência em uma via para a conscientização. Por meio de iniciativas voltadas ao financiamento de pesquisas sobre tumores cerebrais, eles esperam aumentar as taxas de diagnóstico precoce em crianças ao redor do mundo.
Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com.
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