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Cientista brasileiro lidera pesquisa inovadora no combate ao câncer

A pesquisa oferece uma nova esperança no combate a tumores resistentes às terapias tradicionais

O Liberal
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Um biomédico brasileiro está à frente de uma pesquisa que promete revolucionar o tratamento de células cancerígenas, oferecendo uma nova perspectiva no combate à doença. O estudo, que acelera a multiplicação das células tumorais até que se autodestruam, contraria a abordagem tradicional e avança sob a liderança de Matheus dos Santos Dias, doutor em biologia molecular.

O tratamento convencional do câncer, como a quimioterapia, visa matar as células doentes, mas também afeta células saudáveis que se dividem. "A quimioterapia convencional mata indistintamente células que estão se dividindo, sejam elas sadias ou cancerosas. No entanto, as células saudáveis são mais fortes e conseguem se recuperar, enquanto as células cancerosas acabam morrendo”, explica o médico Jorge Sabbaga, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

Quando detectado precocemente, ou em casos menos agressivos, o câncer tem altas chances de cura. No entanto, a doença se torna mais desafiadora quando se espalha ou resiste aos tratamentos convencionais. É justamente para esses casos que a pesquisa liderada por Matheus Henrique Dias, biomédico formado pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorado no Instituto Butantan e pesquisador há cinco anos no Instituto Holandês do Câncer, oferece uma abordagem promissora.

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Em vez de tentar impedir a multiplicação das células tumorais, como fazem os tratamentos tradicionais, a nova técnica as força a se multiplicar ainda mais rapidamente, causando um "superaquecimento" que resulta na morte das células. "Se compararmos as células cancerígenas a carros que estão andando rápido demais, em vez de freá-los, nós damos a esses carros combustível de foguete. Em seguida, administramos uma segunda droga que desliga o sistema de refrigeração, e o carro, agora superaquecido, não consegue resfriar", explica Matheus.

Imagens de microscópio mostram a diferença entre as células tumorais antes e depois do tratamento experimental. As células cancerosas, ao receberem a combinação de medicamentos, tentam se dividir, mas falham no processo e morrem.

Os testes clínicos em pacientes estão previstos para começar no início do próximo ano na Holanda. Matheus Dias destaca que o caminho até a aplicação clínica é longo, mas que o futuro parece promissor. Três a cinco anos, pelo menos, para você ter isso no hospital, se vier de fato a funcionar. A gente vai testar uma única combinação agora em tumores de intestino, mas a abordagem que a gente está propondo, esse novo jeito de ver o tratamento, isso de fato pode ser aplicado em diferentes tipos de câncer e com diferentes drogas. Eu estou muitíssimo animado e eu estou vendo outras pessoas, outros grupos e até outras indústrias farmacêuticas também pensando em câncer através dessa nova perspectiva", conclui o biomédico.

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