Antidepressivos podem afetar o desejo sexual; entenda o motivo

Alguns remédios indicados para tratar episódios depressivos podem diminuir a dopamina, neurotransmissor associado à libido

Juliana Maia
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Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 18,6% da população brasileira convive com a depressão. Para tratar o transtorno, muitas destas pessoas utilizam remédios seguindo orientação médica. Em determinados casos são indicados os chamados inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), que, em alguns pacientes, podem impactar na prática sexual, reduzindo a libido.

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Os ISRS, como a Fluoxetina, são os medicamentos mais utilizados em quadros depressivos. Entre as reações adversas associadas à prática sexual, são relatadas a mudança na libido, disfunção erétil e dificuldades para atingir o orgasmo.

As queixas quanto aos efeitos dos antidepressivos dependem do tipo de remédio utilizado e da dose indicada pelo psiquiatra. Na maioria das vezes, estes incômodos são relatados por mulheres, que apontam queda na lubrificação da vagina e falta de libido como principais reações. Já nos homens, o retardo na ejaculação é a mais relatada.

Por que isso acontece?

Os medicamentos antidepressivos da classe ISRS aumentam o nível da serotonina - neurotransmissor que aumenta o prazer e bem-estar no organismo. Por outro lado, diminuem o nível da dopamina - neurotransmissor ligado ao desejo e à excitação sexual.

A depressão pode afetar a qualidade de vida e impacta em diversas outras atividades do cotidiano, além da prática sexual. Em entrevista ao portal G1, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) ressaltou a importância de manter a medicação para que o tratamento seja eficaz, além de relatar os efeitos ao psiquiatra, para fazer ajustes na dose ou a troca do remédio.

"O desejo sexual pode, sim, voltar após o corpo se acostumar com a medicação e se a doença estiver controlada. É fundamental conversar com o seu médico e seguir as orientações prescritas por ele. "Além disso, existem alguns antidepressivos que são de outro grupo que praticamente não causam essa diminuição de libido", diz o profissional.

(*Juliana Maia, estagiária sob supervisão da coordenadora de OLiberal.com, Heloá Canali)

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