Abundância de caravelas-portuguesas alerta banhistas; saiba os cuidados

Casos registrados no litoral de São Paulo e Rio Grande do Sul são comuns nessa época do ano. Bióloga afirma que o aumento da quantidade entre agosto e outubro é devido ao período reprodutivo desses animais

Lívia Ximenes
fonte

Caravelas-portuguesas foram vistas no litoral de São Paulo, em Caraguatatuba e Bertioga, na última semana. Cerca de mil animais foram notados por Rafael Mesquita, fotógrafo de natureza e vida selvagem que navegava pela região. A grande quantidade da espécie no local assustou banhistas.

VEJA MAIS

image Caravela-Portuguesa é encontrada por banhista em praia de Salinas
Imagens nas redes sociais mostram o momento em que o animal é visto, na última segunda-feira (1º)

image Erosão avança sobre praias de três ilhas de Belém e prejudica moradores e banhistas
Um dos locais mais críticos é na praia do Paraíso; prefeitura elabora estudo para poder decretar situação de emergência nos pontos identificados

image Saiba como se proteger de raios em casa ou na praia; várias mortes aconteceram nos últimos dias
No sábado (20), oito pessoas foram atingidas por um raio na Praia da Vila Caiçara, em Praia Grande, resultando em uma morte

O fotógrafo estava a 3,7 quilômetros de distância da costa de Bertioga, aproximadamente, quando registrou a presença das caravelas-portuguesas. Ele estima mais de mil animais em toda a área que navegou. Rafael diz que alertou a prefeitura sobre o caso para que banhistas fossem informados.

Em Caraguatatuba (SP), as caravelas-portuguesas foram flagradas por um homem em um barco. Os animais também foram avistados no litoral do Rio Grande do Sul, em Capão da Canoa.

A bióloga Gleyce Aquino orienta sair da água imediatamente após avistar uma caravela-portuguesa, devido à grande extensão do tentáculo do animal. “Se o animal estiver na areia da praia, o ideal é não tocar, pois, mesmo que ele pareça morto, ainda é possível ser envenenado por ele”, explica.

Gleyce afirma que é possível encontrar as caravelas-portuguesas em todo o litoral brasileiro, inclusive em praias de água salgada do Pará: “Possuímos muitos relatos durante os meses de dezembro, janeiro e julho, devido às férias de veraneio, com uma maior incidência de banhistas nas praias ocorre mais acidentes.”

O que é uma caravela-portuguesa?

A caravela-portuguesa não é um único animal. Na verdade, é uma colônia de zooides/pólipos, indivíduos especializados com várias formas e funções que dependem uns dos outros para sobreviver. Esse cnidário é comumente confundido com águas-vivas.

Em sua formação, está: um pneumatóforo, vesícula que garante a flutuação e pode chegar até 30 centímetros; os dactilozoóides, tentáculos que podem ter até 50 metros de comprimento usados para capturar presas; os gastrozoóides/gonóforos, aparato digestório; e os gonozoóides, responsáveis pela reprodução.

Por que a caravela-portuguesa faz mal?

Em seus tentáculos (dactilzoóides), a caravela-portuguesa possui cápsulas microscópicas chamadas nematocistos. Nesse local, a colônia é carregada com tubos farpados em espiral que liberam substâncias tóxicas que podem paralisar ou matar pequenos peixes. Em humanos, o contato pode causa vermelhidão, coceira e "queimadura", mesmo se a caravela-portuguesa já estiver morta.

A bióloga Gleyce Aquino afirma que os cnidários (seres do filo Cnidaria, como a caravela-portuguesa) possuem cnidócitos, o que causa o envenenamento - normalmente chamado de “queimadura” - em humanos. “Esses cnidócitos injetam o veneno na presa para capturá-la ou no humano como forma de defesa”, explica.

O que fazer se entrar em contato com uma caravela-portuguesa?

Gleyce Aquino, bióloga, diz que se deve procurar um posto de bombeiros imediatamente após o contato para serem feitos os primeiros socorros. “Caso não haja um posto de bombeiros próximo, o ideal é aplicar no local atingido vinagre, para impedir que os tentáculos que ainda não soltaram seu veneno, não sejam ativados, e banhar a região atingida com água do mar, que possui um efeito anestésico”, orienta.

A bióloga afirma que é necessário buscar um posto de saúde para verificar o grau da lesão causada. Gleyce também alerta que não pode jogar água doce (água mineral, água do chuveiro etc.) no local atingido, pois ativa os tentáculos e aumenta o envenenamento.

Quais os sintomas de contato com caravela-portuguesa?

Após o contato com caravela-portuguesa, é comum sentir dor intensa e surgir vermelhidão e bolhas no local afetado. Entretanto, a bióloga Gleyce Aquino alerta que também podem surgir problemas respiratórios em “pessoas que possuem algum grau de alergia”

Onde são encontradas as caravelas-portuguesas?

As caravelas-portuguesas podem ser encontradas em mares tropicais e subtropicais, como em águas dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

“Não existe uma praia específica com a maior incidência desses animais. Porém, como eles buscam sempre águas mais quentes para se reproduzir, temos um aumento na quantidade nos mares durante os meses de agosto a outubro”, alerta Gleyce.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Saúde
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!