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Projetos sociais se beneficiam com doações de computadores pelo Poder Judiciário

Máquinas foram substituídas após processo de modernização do órgão, e entidades afirmam que novos equipamentos vão "transformar vidas"

Elisa Vaz

Grande parte das entidades sem fins lucrativos que ajudam pessoas a ter mais qualidade de vida depende de doações para manter suas atividades. Não só a sociedade em geral, mas as empresas privadas e os órgãos públicos também têm grande participação e responsabilidade nesse processo, e podem aproveitar a subutilização de itens do dia a dia para fazer doações a instituições que vão fazer bom uso dos equipamentos.

O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), por exemplo, doou recentemente um total de 1.530 microcomputadores e monitores que perderam a utilização após substituição dos computadores por notebooks no processo de modernização do parque tecnológico do Poder Judiciário local.

Os equipamentos foram doados a representantes de 15 instituições governamentais e não governamentais, como a escola estadual Augusto Meira, o Instituto Casa Baiana de Tradição Afro-Religioso e de Desenvolvimento Social, a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e outras.

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Na opinião de Gildasia, ações como essa são importantes porque melhoram a vida das pessoas atendidas pelo projeto. “É saber que o TJ contribui com as instituições do nosso Estado, para facilitar a vida das pessoas que realmente necessitam”, comenta. Além dos equipamentos tecnológicos, a presidente diz que o grupo também aceita doações de produtos recicláveis, já que um dos maiores focos do projeto é o meio ambiente.

“Já venho fazendo trabalho social há muito tempo em Benevides. Nós arrecadamos reciclagem e vendemos para fazer cadernos, lápis e material escolar para as crianças carentes da cidade, e fazemos o Natal no Instituto Casa da Baiana, no bairro Jaderlândia, em Castanhal. No decorrer do ano, nós trabalhamos com reciclagem para ajudar as crianças e as pessoas idosas”, garante Gildasia.

Sustentabilidade

Outro projeto beneficiado foi o Movimento República de Emaús, que recebeu parte das doações: 22 computadores e 22 monitores. O coordenador de sustentabilidade do projeto, José Maria Amorim, explica que, normalmente, no início do ano, o grupo envia ofícios para cerca de 100 órgãos públicos, fundações, institutos, empresas públicas e outras entidades, pedindo doação de bens inservíveis, conforme a legislação define.

Após isso, o TJPA comunicou do processo de doação dos equipamentos e o Emaús informou quantos computadores precisaria para usar nas dependências. Foi cumprida ainda a fase de habilitação, com a apresentação de diversos documentos e certidões de regularidade e conformidade.

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“A maioria das OSCs [Organizações da Sociedade Civil] é carente de recursos materiais, e o Emaús não é diferente. A possibilidade de termos equipamento funcionando acelera nosso potencial nas diversas áreas do nosso trabalho, seja na ponta, atendendo o público com mais eficiência, seja na administração, obtendo dados, gerenciando informações e dando suporte ao todo da organização. As causas que as OSCs defendem são de responsabilidade compartilhada com toda a sociedade, desde a família, o Estado, a sociedade em geral, assim como os entes privados. Dessa forma, o apoio oferecido é parte legítima do processo de resolução dos problemas sociais”, comenta o coordenador.

Com essas doações, José acredita que os órgãos públicos estejam cumprindo sua missão na “eficácia na efetividade das políticas públicas e no uso do recurso público”. “São equipamentos que estão fora de uso e que estão recebendo uma destinação muito importante porque vão ter um novo ciclo de vida, dando um gás nas organizações não governamentais. Como a gente sabe, muitos órgãos ficam com seus depósitos cheios e acabam estragando os objetos”, declara.

Auxílio

Presidente e coordenadora do Grupo de Teatro Palha, que qualifica mulheres vítimas de violência doméstica que buscam uma renda, Tânia Santos Santana conta que o projeto recebeu 15 computadores. Quem procurou a equipe, diz ela, foi o próprio TJPA, após execução do projeto “De Menina a Mulher: Tortura que Ela não Atura”, que teve início em 2018 no bairro do Benguí. O projeto previa a oferta de palestras sobre violência doméstica e familiar e seus mecanismos de enfrentamento, oficinas de qualificação e a montagem de um espetáculo.

Na opinião de Tânia, os equipamentos vão possibilitar a oferta de novos cursos na área da informática, abrindo novas frentes de trabalho para essas mulheres atendidas. “O Grupo de Teatro Palha é uma associação cultural sem fins lucrativos, ou seja, só conseguimos realizar nossos projetos com doações ou patrocínios, e essa doação realizada pelo TJ vai fortalecer as nossas ações”, ressalta.

Responsabilidade Social