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Paróquia do Maguari desenvolve projetos para aumentar a qualidade de vida da população

Distribuição de sopa, de cestas básicas, atendimento à saúde e formação cidadã fazem parte dos programas desenvolvidos pela comunidade

Camila Azevedo

Fazer o bem ao próximo é a máxima vivida diariamente pela comunidade da Paróquia Santa Maria Mãe de Deus, localizada no bairro do Maguari, em Ananindeua. Desde 2016, os voluntários se unem em uma missão de promover dignidade humana, qualidade de vida e oportunidades de inclusão social. O calendário de atividades do grupo envolve a distribuição de alimentos, aulas de futebol para crianças e adolescentes, programas de atenção à pessoa idosa, além de uma pastoral destinada à surdos, tudo pensado com o objetivo de melhorar a realidade da população que vive em situação de vulnerabilidade.


Um dos projetos desenvolvidos no local é o Sopão Solidário, que chega a distribuir cerca de 240 porções de sopa todo sábado. Muitas vezes, essa é a primeira refeição de algumas das pessoas que são atendidas. A proposta teve início em abril de 2021 e, a partir disso, conta com a ajuda de benfeitores para continuar levando esperança às mais de 180 famílias que vivem ao redor da comunidade e estão cadastradas nos programas sociais. Junto a isso, integram o planejamento a atenção à saúde, arrecadação de alimentos para distribuição de cestas básicas, orientações para combater a violência e o abuso sexual, entre outros.

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Pároco da igreja há 7 anos, padre José Maria Ribeiro explica que, com o passar do tempo e com as demandas da população cada vez mais expostas, os voluntários passaram a perceber a necessidade de inclusão social na área e, assim, organizaram as primeiras atividades. "Começamos com a campanha ‘Pão em Todas as Mesas', que consiste na arrecadação de alimentos todo terceiro final de semana do mês. Esses alimentos são coletados e o núcleo Cáritas de Santa Maria Mãe de Deus organiza as cestas e distribui. Além disso, nós temos a pastoral do surdo, da pessoa idosa, a equipe de esporte, lazer e cultura”, diz.

As atividades lúdicas e esportivas envolvem a participação de crianças, adolescentes e jovens. De acordo com o sacerdote, essa é uma forma de proporcionar bem-estar aos que mais precisam e continuar a missão de Jesus, amando o próximo em forma de ação. “Então, todos esses projetos que nós implantamos aqui, tem por objetivo a inclusão social e dar qualidade de vida para essas famílias carentes. Esses são os projetos sociais que a gente tenta implantar com o apoio de parcerias que, por sinal, ainda são poucas frente a todas essas necessidades”, relata o padre José.

Os projetos com focos sociais, implementados no Maguari, fazem parte de uma tentativa missionária da comunidade de reduzir as desigualdades e dar protagonismo aos atendidos. “O Maguari é grande, é um bairro de periferia de Ananindeua que precisa ter um olhar por parte do poder público em relação a saúde, a infraestrutura e transporte público. Então, todas essas necessidades, a gente percebe que demandam de nós, católicos, uma resposta concreta de ação, e ação que leve a desenvolver as pessoas no nível de qualidade de vida, de promoção integral da pessoa. Esse é o nosso grande desafio”, afirma o pároco.

Cuidar dos que mais precisam é tido como o grande sentido da vida missionária da comunidade, conforme ressalta o padre José Maria. “Nós entendemos que a Eucaristia da qual nós participamos só tem sentido quando ela se transforma em gestos concretos de comunhão, que pensa no outro, que vai ao encontro do outro, daí esses projetos, que são implementados na nossa paróquia, projetos sociais como resposta de atitude de quem partilha da eucaristía. Porque a própria palavra já diz: comunhão, que significa comungar, na vida de Cristo e na vida do irmão, sobretudo, os mais necessitados”, completa.

Inclusão

As missas aos domingos da Paróquia Santa Maria Mãe de Deus ganham, uma vez a cada mês, a tradução em libras. Lúcia Silva, de 63 anos, é tradutora interna da comunidade e membro da Pastoral do Surdo desde 2021. Para ela, o trabalho é muito significativo, inclusivo e necessário para promover o protagonismo da pessoa surda. “Nós percebíamos que o surdo vivia à margem da sociedade por falta de comunicação, barreiras na comunicação, esse foi o nosso motivo de vir aqui. Além disso, ofertamos curso de libras, onde os surdos são os instrutores”, conta.

Após a introdução e estruturação da Pastoral, Lúcia afirma que a interação dos surdos com a comunidade melhorou. “Hoje, eu digo: eles interagem muito bem aqui, participam quando podem, porque estudam, trabalham e desenvolvem um trabalho magnífico. Não existem barreiras, só inclusão social. A nossa pastoral tem em torno de 20 surdos. Nem sempre todos estão em alguns projetos, mas sempre que podem, eles vem na missa, as mães acompanham dando o seu apoio e nós intérpretes estamos aqui. Somos um grupo pequeno, mas conseguimos fazer um trabalho nas paróquias”, destaca.

Isabel Costa, de 22 anos, é estudante de Letras Libras na Universidade Estadual do Pará (Uepa) e coordenadora da Pastoral do Surdo da paróquia. Com a ajuda e interpretação da Lúcia, ela explicou que começou a participar das atividades após o convite do padre José Maria. “Foi criada a pastoral do surdo aqui no Maguari e eu comecei a participar. O padre nos convidou e me escolheu para ser a coordenadora. A importância é que hoje a gente vê a inclusão com a língua de sinais quando a gente ensina no curso de libras e tem essa interação”, ressalta a jovem.

Somado à coordenação, Isabel é uma das instrutoras no curso de libras na igreja desde o momento em que a pastoral foi criada e diz que a melhora na comunicação dentro da comunidade foi fundamental no processo de conquista de inclusão. Ela sonha em concluir o curso e continuar o trabalho de educadora. “Eu ensino as pessoas surdas e ouvintes e, aí, a gente vê uma clareza muito grande na comunicação principalmente quando a gente encontra um surdo falando com pessoas ouvintes. Há uma comunicação agora mais plausível”, finaliza.

Setor social foca em cidadania

Em uma ação conjunta com demais setores, o social, chamado de Núcleo Cáritas, está inserido com o objetivo de desenvolver ações, projetos e demais atividades que buscam integrar a população que é assistida pela comunidade. Suelen Sousa, de 33 anos, é uma das agentes do programa e avalia a importância de tudo que tem sido proposto. “A gente procura promover tudo o que integra a comunidade, principalmente as famílias que são assistidas, com oficinas, com momentos formativos… Aqui, nós já tivemos as reuniões ampliadas de cidadania, sempre buscando de alguma forma orientá-los”.

Conheça os projetos da Paróquia Santa Maria Mãe de Deus e veja como ajudar na obra:

- Sopão Solidário (distribuição de sopa todos os sábados);

- Ação Saúde (serviço de análises clínicas);

- Içá (prevenção e combate á violência e exploração sexual);

- Florescer Infinito (formação humana afetiva e despertar talentos);

- Pão em Todas as Mesas (arrecadação mensal de alimentos para distribuição de cestas básicas);

- Theotokos (escolinha de futebol);

- Pastoral do Surdo;

- Pastoral da Pessoa Idosa e

- Projeto de Comunicação Social.

Pároco: padre José Maria da Silva Ribeiro. Contato: (91) 99808-2676

Articuladores: Robson e Graça. Contato: (91) 98168-6756

Pix para doações: (91) 998083-6601

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