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Fazenda da Esperança: comunidade terapêutica ajuda paraenses a abandonarem vícios

Método aposta no trabalho, na convivência e na espiritualidade para recuperação de dependentes químicos

Eduardo Laviano

Quando um amigo foi para a Venezuela trocar um carro por meio quilo de cocaína em dezembro de 2006, o engenheiro elétrico Luciano de Figueiredo pensou em tirar a própria vida por meio de uma overdose. "Decidi cheirar e comer tudo até morrer. Eu não tinha coragem de colocar uma corda no pescoço", conta. De família de classe média, ele conta que viveu a ilusão do mundo das drogas ao longo de 11 anos. Os estudos foram interrompidos, os problemas familiares se avolumaram e ele perdeu a vontade de trabalhar. Quando a tentativa de suicídio falhou, ele se sentiu completamente derrotado pelos vícios e decidiu mudar de vida.

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"Quando cheguei, o mundo pareceu novo. Fui muito bem acolhido por todos. A minha vida já estava desandando bastante, com problemas familiares e com a minha mãe, até que um dia me toquei do sofrimento que causava para ela. Decidi tomar um rumo na minha vida, ser alguém. Fazer minha mãe sorrir e não chorar mais. Cada dia que passa, me sinto mais e mais um homem novo. Deus vai me renovando e me inspirando. Aprendi a amar cada irmão que chega, ser carinhoso, atencioso. Aprendi a perdoar e tirar a maldade do meu coração", conta ele, enquanto varre a área de marcenaria da Fazenda em uma manhã ensolarada de sábado, dia reservado para organização, limpeza e harmonia dos espaços.

Enquanto Clauber sonha em construir uma família, Valdirlei Sousa sonha em recuperar a dele. Ele sempre gostou de futebol e chegou a ser selecionado em uma peneira do Paysandu quando era jovem, na posição de lateral. Aos 15 anos, foi apresentado para a maconha e nunca mais deixou de usar drogas de todos os tipos. Ele completará 50 anos no dia 11 de outubro, mas, hoje, nesta quinta-feira (26), completa 10 dias da nova vida que escolheu seguir desde que deu entrada na Fazenda.

"Fiz muita coisa errada. Meu pai me deixou dentro de casa uma vez e eu vendi tudo. Me desesperei e tomei a decisão de vir para cá depois de 35 anos como usuário. Comecei fumando para jogar uma bola. Cada dia que passa é uma vitória. Aqui a gente aprende muito com as pessoas, que são acolhedoras mesmo. É surreal. Aqui somos tratados como o ser humano deve ser tratado. Tenho três filhos e perdi o contato totalmente com eles há quatro anos, nem por celular a gente se fala. Todo dia bate a saudade. Eu queria a visita deles. A droga faz a pessoa se afastar de todo mundo, principalmente das pessoas que mais gostam de ti. Minha filha pergunta para a minha mãe sobre como eu estou", conta.

Sentado enquanto descansa do trabalho, ele pede para dar um conselho para a juventude: "não vale a pena a pessoa dar o primeiro trago e nem se deixar ser teleguiado por ninguém. Nunca façam isso", pede.

Saiba como ajudar a Fazenda da Esperança:

As doações em dinheiro podem ser feitas tanto por transferência bancária quanto via Pix:

  • Obra Social Nossa Senhora da Glória 
  • Fazenda da Esperança 
  • Banco do Brasil 
  • Conta Corrente: 24060-5
  • Agência: 4451-2 

PIX

  • CNPJ 48.555.775/0097-00
  • Para compras os produtos da Fazenda, como alimentos e móveis, basta entrar em conta via Whats App:
  • (91) 99311-2006
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