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Ações sociais minimizam impactos do coronavírus em Belém

Principais itens arrecadados são alimentos, material de higiene pessoal e vestuário

Redação Integrada

A solidariedade é o que une as pessoas em tempos de dificuldade e, com a crise provocada pela propagação do novo coronavírus, toda forma de contribuição é válida para as pessoas que mais precisam. O governo do Estado, por exemplo, criou uma forma de acolher e atender quem vive em situação de rua na Região Metropolitana de Belém, disponibilizando as instalações do estádio Mangueirão para fazer essas ações, coordenadas pelas secretarias estaduais de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e de Saúde Pública (Sespa).

No espaço, que já está sendo ocupado desde o último domingo (22), foi montada uma estrutura para receber até mil moradores, que têm acesso a assistência médica, ambulatorial e odontológica nas próximas semanas. "Nós escolhemos o Mangueirão por sua amplitude, que permite que tenhamos a utilização dos espaços existentes no estádio, assim como áreas de circulação, para que não haja concentração em locais fechadas", destacou Helder Barbalho. O objetivo é adotar a mesma estratégia, em espaços semelhantes, em municípios-polos do interior, como Marabá e Santarém.

Para ajudar a atender melhor as pessoas em situação de rua, a população pode fazer doações de roupas, calçados, lençóis e material de higiene pessoal no estádio. As doações podem ser feitas todos os dias, das 8h às 18h, no portão B2 do Mangueirão, ou na sede da Seaster. Entre as instituições que estão apoiando a iniciativa estão a rede de lojas Magazine Luiza, que doou mil colchões e mil travesseiros; e a rede + Barato, que ofereceu mil cestas básicas e também vai disponibilizar espaço em duas lojas para receber doações. A Associação Comercial do Pará (ACP) também contribui nessa arrecadação.

Empresa é ponto de arrecadação

A forma que a empresa de eventos Kasa Coentro encontrou de ajudar a amenizar os danos nesta quarentena foi com uma campanha para receber doações, que serão direcionadas ao Mangueirão, para o projeto do governo que atende as pessoas em situação de rua em Belém. Segundo o sócio-diretor do local, Celso Oliveira, a ideia surgiu porque nem todos têm como se dirigir até lá, especialmente nesse momento de isolamento social, e a Kasa fica no centro da cidade, na avenida Governador José Malcher.

“Estamos arrecadando alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal e roupas, desde a última segunda-feira (23) até esta sexta (27), das 10h à 15h. Quem precisar sair de casa pode aproveitar e deixar sua doação pelo portão, sem necessidade de contato físico”, informou Celso. Em outras ocasiões, a casa de festas já cedeu seu espaço para realizar bazares, vendas de pequenos empreendedores e iniciativas filantrópicas. A empresa também já atuou como ponto de arrecadação de ração para abrigos de animais e para vítimas de incêndios. “Acreditamos que a vida está em primeiro lugar e, como empresa, temos obrigação de fazer nosso papel social, contribuindo para ajudar os mais vulneráveis neste momento crítico”, pontuou.

Projetos fazem arrecadações

Unir esforços para auxiliar as pessoas mais prejudicadas com a contaminação da covid-19 – pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade socioeconômica – é o principal objetivo da campanha de assistência social que uniu projetos como Pará Solidário, Venezuelanos Belém, Amigos do Jipe, Bem Querer e Corrente do Bem, para atender pessoas em situação de rua, comunidades carentes, flanelinhas, famílias que foram atingidas pelas enchentes antes da quarentena e outros grupos vulneráveis. Juntos, eles arrecadam alimentos, material de limpeza, de higiene pessoal e ainda preparam refeições.

De acordo com a integrante Sofia Paz, os 15 voluntários trabalham de casa, fazendo triagem e cozinhando, e uma equipe pequena está saindo nas ruas para recolher doações e fazer distribuição. “No domingo, ficamos à frente para a retirada de 106 pessoas em situação de rua, para levá-las ao Mangueirão, e mantivemos a distribuição de alimentos. Nós cozinhamos, distribuímos e fazemos a logística de compra e entrega de doações”, disse.

A importância, na avaliação de Sofia, é que as pessoas não passem fome e tenham uma alimentação adequada durante a quarentena, já que a falta de comida causa muitas doenças e baixa imunidade. “Nossa ação é para evitar que mais pessoas fiquem doentes. As pessoas que trabalhavam de informalmente já estão sem dinheiro para se alimentar, aumentou o número de pessoas que catavam alimento no lixo para comer, e estamos apenas na primeira semana de quarentena”, pontuou a voluntária. Segundo ela, sem a ajuda de projetos e entidades, mais de 300 famílias ficariam sem comer.

Outro projeto que tem atuado da mesma forma durante a época de pandemia é a Casa de Acolhimento Luz da Fraternidade, um espaço institucional que abriga pessoas em situação de rua. O grupo está fazendo entrega de alimentos na rua, já que, com a queda do movimento nas ruas, para a prevenção do novo coronavírus, as pessoas mais vulneráveis têm dificuldade de se alimentar. “Com tudo fechado, vários grupos e instituições se uniram para tentar fazer distribuição todos os dias da semana. Nós recebemos e preparamos”, disse o colaborador e diretor administrativo da Cada, Liandro Faro.

Por conta da pandemia, diminuíram os voluntários e grupos, assim como os recursos da equipe. Por isso, neste período, a Casa está fazendo campanhas em grupos de amigos e nas redes sociais. A maior parte do que tem sido arrecadado é em dinheiro, pois poucos querem sair de casa, mas a entidade também aceita doações de materiais e alimentos. “É importante fazermos essas ações porque as pessoas em situação de rua fazem tudo na rua, se sustentam e se alimentam lá, e quando há isolamento social essas pessoas não conseguem fazer nada. Com a ação, garantimos ao menos uma refeição no dia deles, geralmente à noite. Prestamos solidariedade, damos informações e ainda falamos da campanha no Mangueirão”, explicou o diretor.

Já o abrigo João de Deus, que acolhe pessoas da terceira idade, faz uma campanha de arrecadação de carnes, material de higiene pessoal, máscaras, álcool em gel ou mesmo doações em dinheiro. “Eles dependem da ajuda da sociedade, e com essa crise do coronavírus estão sem proteína, sem carne, só tem feijão e arroz, estão precisando de alimentos”. Para ajudar basta fazer depósito no Banco do Brasil, na conta 174-472-0, agência 1686-1, CNPJ 04347035/0001-52.

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