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Recente abalo no mercado pode ser 1° de muitos com fim da era do dinheiro fácil, diz banco

Ano tem sido duro, com quedas de ações europeias, asiáticas e mesmo americanas

Reuters

Recentes turbilhões nos mercados financeiros globais são provavelmente os primeiros de muitos, conforme investidores se ajustam a um mundo de condições monetárias mais apertadas e com a ameaça de uma desaceleração econômica, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) neste domingo (16).

Este ano tem sido duro, com grandes quedas nas ações europeias e asiáticas e mesmo ações nos EUA escorregando recentemente para o vermelho em 2018 após uma década de corrida altista.

O último trimestre viu temores crescentes em relação ao mundo e ao crescimento econômico dos EUA, conforme uma estrondosa guerra comercial cresce e bancos centrais apertam suas políticas monetárias ou se preparam para retirar estímulos extraordinários concedidos após a era de crise.

As "tensões do mercado que vimos durante este trimestre não foram um evento isolado", disse o chefe do departamento econômico e monetário do BIS, Claudio Borio.

A "normalização da política (monetária) está fadada a ser um desafio, especialmente à luz das tensões comerciais e da incerteza política", acrescentou Borio em um relatório trimestral do BIS.

Entre os desafios a serem enfrentados pela economia global, Borio apontou a possibilidade de alta na inflação, uma "nuvem negra" de dívidas corporativas dos EUA com ratings mais baixos em um mercado sobrecarregado e a fraqueza no setor bancário europeu.

O BIS é um grupo que reúne bancos centrais do mundo e seus relatórios são vistos como um indicador das ideias discutidas sob portas fechadas em seus encontros trimestrais.

As últimas semanas também viram os rendimentos de títulos de curto prazo do governo norte-americano ficarem brevemente acima das taxas de médio prazo, um fenômeno conhecido como "inversão das curvas de juros". A inversão, geralmente um confiável indicador prévio de recessões, assustou ainda mais investidores.

O BIS disse, no entanto, que estudos sobre o estado do ciclo financeiro são melhores para sinalizar riscos de recessão do que a curva de juros.

Borio, Mathias Drehmann e Dora Xia disseram que seu estudo apontou que desde o início dos anos 1980 as desacelerações geralmente aconteceram após um 'boom' financeiro, mais do que após significativos apertos monetários.

Mas eles não aplicaram suas descobertas às condições atuais para avaliar o risco de uma recessão nos próximos anos.

O Liberal