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Sindicatos pedem a ministro que Eletrobras continue estatal após capitalização

Diretor do sindicato dos eletricitários diz que não vê motivo de privatizar empresa que dá lucro

Reuters

Representantes de sindicatos de trabalhadores da Eletrobras pediram nesta sexta-feira (15) ao ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que o governo considere uma proposta alternativa para os planos de capitalização da companhia, pela qual a elétrica continuaria estatal.

O diretor do sindicato dos eletricitários do Rio de Janeiro, Emanuel Mendes Torres, que esteve no encontro, disse à Reuters que o grupo defendeu que a União mantenha ao menos mais da metade das ações ordinárias, para ter o controle da companhia.

"A gente foi colocar nosso ponto de vista para o ministro. Não somos totalmente contra a capitalização, mas entendemos que é possível fazer uma capitalização da Eletrobras sem que a União perca o controle... não tem sentido você privatizar uma empresa que vai dar lucro", afirmou Torres.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., defende que a capitalização da companhia seja realizada por meio da emissão de novas ações em volume suficiente para reduzir a fatia do governo de forma que o controle da companhia não seja mais estatal.

O executivo tem afirmado, no entanto, que o governo ainda não tomou uma decisão final sobre o modelo, o que ele espera que aconteça até o final de março.

O ministro Bento Albuquerque já afirmou publicamente que é a favor de levar adiante a capitalização, mas afirmou que ainda não tem uma opinião formada sobre o modelo da operação.

Nesta sexta-feira, no encontro com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), o ministro teria repetido essa afirmação, segundo Torres.

"Ele disse que estava recebendo várias sugestões, de vários setores, do empresariado, de todos setores da sociedade, inclusive dos trabalhadores, e que a partir dali ele vai tomar uma posição", afirmou.

O sindicalista disse ainda que a proposta de que o controle da Eletrobras siga estatal também será levada pelo CNE a deputados federais e senadores, uma vez que a privatização da estatal precisará ser aprovada pelo Congresso caso o governo decida seguir o atual modelo, herdado da administração Temer.

A Eletrobras é a maior elétrica do Brasil, com controle sobre cerca de um terço da capacidade de geração e metade das linhas de transmissão do país.

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