Sérgio Moro relembra envio da Força Nacional para o Pará: 'estava dominado pelo crime organizado'

O ex-juiz comentou sobre as ações com o Estado no combate à criminalidade

O Liberal

Pré-candidato à Presdiência da República, o ex-juiz federal Sérgio Moro conversou com exclusividade com o Grupo Liberal na manhã desta sexta-feira (17). Durante a entrevista, Moro relembrou suas ações com o Estado, como o envio da Força Nacional para a região após solicitação do governador Helder Barbalho. 

"O Pará é o um estado bastante interessante. Eu já estive aí como ministro, nós ajudamos o Pará por mais de uma oportunidade. Enviamos a Força Nacional, pois havia um aumento da criminalidade e houve uma solicitação e resolvemos atender", comenta o ex-ministro, ao recordar, também, situações difíceis vividas pelo Estado, como o massacre de Altamira. 

"Foi um massacre de presos lá, acho que foi em julho de 2019, um acontecimento muito triste com presos lá sendo degolados por outra facção. Isso não pode acontecer aí. Eu sou muito claro contra isso. Assassinato em pena de prisão é uma coisa, assassinato na prisão é intolerável", declarou Moro, citando quais foram as ações feitas, à época, para controlar a situação.

"A gente criou uma força de intervenção penitenciária federal, que era composta por policiais federais e policiais penitenciários trazidos de outros estados que também ajudaram bastante. A gente enviou para o Pará para controlar a situação lá em Altamira e depois deslocou a Força para o complexo prisional de Santa Isabel, na região metropolitana de Belém. Eles fizeram um trabalho magnífico. Aí eles controlaram", garante. 

Ainda segundo o pré-candidato, visitas foram feitas ao presídio, assim como conversas com o juiz que cuidava dos casos em questão. "Ele dizia o seguinte, ele e os promotores: o presídio estava dominado pelo crime organizado, os agentes nem entravam. Eles deixavam a comida ali na porta, eram os próprios presos, os líderes do crime organizado, que pegavam a comida e distribuíam. Celas com portas quebradas, o caos completo", relata, ao declarar que, por conta dessas ocorrências, "quem está lá dentro, acaba continuando sendo vítima, porque quem ganha no crime organizado são as lideranças em geral, os outros não ganham nada muito não". 

Depois das ações, Moro garante que "a Força foi lá, retomou o controle do presídio e reestabeleceu a disciplina". "Aquilo começou a funcionar como um presídio deve funcionar, com chance de reabilitação dos presos, com chance de recuperação para cumprir a pena de uma maneira mais digna, sem estar dominado pelo crime organizado", pondera. 

QUEDA DOS INDICADORES CRIMINAIS 

O ex-juiz também pontuou que, meses após a intervenção, foi observada uma "queda abrupta dos indicadores criminais" na Região Metropolitana de Belém. 

"Além disso, a gente mandou, naquele projeto “Em Frente Brasil”, a Força Nacional, e também a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a nossa inteligência do Ministério da Justiça para Ananindeua, também com reflexos importantes na queda dos índices criminais", ressaltou Moro ao dizer que ainda que sabe que as pessoas que o ouvem ou assistem, "vão olhar e dizer 'poxa, mas a Segurança Pública ainda está muito ruim'. É verdade, você não tem ainda aquela Segurança Pública, aquela satisfação de sensação de insegurança. Mas eu posso te dizer o seguinte, essas políticas públicas do Ministério da Justiça, na época da minha gestão, melhoraram, claro, muito ainda aquém do necessário. Mas eu não pude permanecer no Ministério da Justiça pelas razões aqui que eu já falei".

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