Sergio Moro depõe no TRE-PR e se recusa a responder mais de 200 perguntas da coligação de Lula
Senador responde em processo de cassação de mandato e nega irregularidades em gastos de campanha
O senador Sergio Moro (União-PR) prestou depoimento ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), nesta quinta-feira (7), no âmbito de ações que buscam a cassação do mandato. O senador negou irregularidades nos gastos de campanha e se recusou a responder mais de 200 perguntas formuladas pela coligação Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), uma das partes envolvidas.
Moro enfrenta duas ações na Justiça Eleitoral, que o acusam de abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação durante a campa nha ao Senado. Uma das ações é movida pelo diretório estadual do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto a segunda é movida pela Federação Brasil da Esperança.
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Os questionamentos abordam gastos na pré-campanha, quando Moro ainda estava no Podemos, e na campanha, após migrar para o União Brasil. As despesas incluem compra de carro blindado, celular, evento partidário e viagem, financiadas pelo Fundo Eleitoral.
Ao deixar o TRE, Moro reiterou que todos os gastos foram declarados e respeitaram a legislação, classificando as acusações como um "monte de nada, um grande castelo de cartas que nós começamos a desmontar hoje". As ações alegam irregularidades nos gastos de campanha, incluindo a compra de um carro blindado e despesas de segurança.
Moro: "Andar de carro blindado não traz nenhuma vantagem em eleições"
Moro justificou o reforço na segurança como condição para lançar candidatura, destacando o risco de atentado devido ao histórico na Operação Lava Jato e no Ministério da Justiça.
"O que me deixa profundamente ofendido, violado até neste aspecto, é quando as partes alegam que gastos com segurança deveriam ser considerados para a cassação do meu mandato", reagiu nesta quinta ao deixar o TRE. "Andar de carro blindado e andar com segurança não traz nenhuma vantagem em eleições."
Além das ações no TRE, o senador também está sob investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apura possível uso da magistratura com fins político-partidários e irregularidades na gestão de multas de acordos na Lava Jato.