Putin prepara ofensiva mais destrutiva após erros na guerra da Ucrânia, diz jornal
Resistência da Ucrânia não estava nos planos da Rússia e tem deixado Putin impaciente. "Moscou errou feio nos cálculos", diz analista
Após enfrentar problemas logísticos e violar o manual das invasões militares, as forças do presidente russo Vladimir Putin chegam ao sexto dia da guerra na Ucrânia numa nova etapa, potencialmente mais destrutiva para Kiev.
O surgimento do comboio de 64 km de comprimento rumo à capital ucraniana e a intensificação do bombardeio sobre Kharkiv, a segunda maior cidade do país, são o símbolo dessa mudança. A resistência local deverá ter problemas para segurar o assalto russo que se ensaia, segundo informações do correspondente Igor Gielow, da Folha de São Paulo.
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Em novembro de 2020, após a derrota armênia na guerra contra o Azerbaijão, o analista militar russo Konstantin Makienko, do Centro de Análises de Estratégias e Tecnologias, de Moscou, escreveu um texto que se tornaria profético no jornal Vedomosti, segundo Gielow.
"A principal lição que Moscou deve tirar da tragédia [a Armênia é um aliado indócil russo, e o apoio de Ancara a Baku aumentou a influência turca no Cáucaso] é nunca subestimar o inimigo. Reina aqui uma atitude condescendente e irônica em relação ao Exército ucraniano", afirmou.
"Os militares ucranianos já possuem sistemas de armas que os russos não possuem. Mísseis antitanque de terceira geração e drones kamikaze. E, em breve, os drones turcos Bayraktar-TB2", completou.
"A operação inicial foi baseada em suposições terríveis sobre a capacidade e a vontade da Ucrânia de lutar e em um conceito operacional impossível. Moscou errou feio no cálculo. Mas suas forças ainda não entraram na guerra", escreveu no Twitter o americano Michael Kofman, diretor para Rússia do centro CNA.