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PL de Bolsonaro diz à Justiça que Moro se beneficiou de caixa dois na última eleição

O ex-juiz, no entanto, diz que as "acusações são falsas e absurdas"

O Liberal

Sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), disse à Justiça que o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) cometeu abuso de poder econômico e se beneficiou de caixa dois na disputa que o elegeu a senador pelo Paraná no ano passado. Moro, no entanto, diz que as "acusações são falsas e absurdas". Por meio de nota, afirmou que a ação é "desespero de perdedores". As informações são do Uol.

Segundo a reportagem, as afirmações constam do processo no qual o PL pede a cassação do mandato de Moro. Aberto no dia 23 de novembro do ano passado, estava sob segredo de Justiça, mas o sigilo foi revogado no dia 17 de janeiro pelo desembargador Mário Helton Jorge, relator do processo no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.

Na ação, o PL diz que "o que se inicia como uma imputação de arrecadação de doações eleitorais estimáveis não contabilizadas passa pelo abuso de poder econômico e termina com a demonstração da existência de fortes indícios de corrupção eleitoral", declara. Esse "abuso de poder econômico", segundo o partido, gerou um "desequilíbrio" na disputa eleitoral ao Senado, em que o ex-juiz recebeu cerca de 1,9 milhão de votos (33,5%) e o segundo colocado, Paulo Martins (PL), cerca de 1,7 milhão (29,1%).

Antes de anunciar que concorreria ao Senado pelo partido União Brasil, Moro foi pré-candidato a presidente da República pelo Podemos, lembra o PL na acusação. O partido diz, no entanto, que essa pré-candidatura foi apenas um "estratagema pernicioso" para que o senador pudesse driblar a legislação e o teto de gastos da disputa, desde sempre sua "verdadeira" intenção.

"Por mais irônico que possa parecer, a presente ação atende a um apelo do próprio corréu, procurando combater a corrupção em todas as suas esferas, inclusive eleitoral", afimaram os advogados no processo. A ação é assinada pelos advogados Guilherme Ruiz Neto, Bruno Cristaldi, Marcelo Delmanto Bouchabki e Nathália Ortega da Silva

O PL ainda aponta que, somando-se os gastos da pré-campanha com os da campanha, o custo teria sido de, no mínimo, R$ 6,7 milhões. O teto da campanha ao Senado era de cerca de R$ 4,4 milhões, disse o PL na ação.

No processo, segundo a reportagem do Uol, o partido declarou também que Moro burlou a legislação eleitoral ao exigir que os partidos e as fundações partidárias pagassem salários e fizessem contratações de empresas de amigos e fala em "indícios de corrupção".

Citou, por exemplo, a contratação por R$ 1 milhão pelo União Brasil do escritório de advocacia de um suplente de Moro com o objetivo de realizar serviços jurídicos eleitorais. De acordo com o PL, o escritório não possuía tal expertise, não tendo até então processos nessa área.

Embora ainda não tenha apresentado defesa no processo, Moro declarou ao site que não houve caixa dois e afirmou que vai processar os responsáveis. O ex-juiz diz que ele e seus suplentes aguardam a notificação da Justiça Eleitoral, mas, pelo que já leu, trata-se de uma "ação feita em parceria pelo PL/PR e Podemos, ou seja, entre o segundo e terceiro colocados derrotados, atendendo aos interesses de uma nova eleição e do PT", declarou.

Mesmo assim, ele diz que "nada teme" e nega as acusações. "Sei da lisura das minhas ações, suplentes e fornecedores. Não houve aplicação ilegal de recursos, tampouco caixa 2, triangulação ou gastos além do limite, como sugerem provar apenas com matérias de blogs e notícias plantadas", argumenta Sergio Moro.

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