Parlamaz valoriza experiências de conservação na Amazônia brasileira

Parlamentares da Pan-Amazônia conheceram funcionamento da produção em um sistema agroflorestal

Fabrício Queiroz

Deputados e senadores do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela participaram nesta quarta-feira (26) do último dia programações do Parlamento Amazônico (Parlamaz), em Belém. Durante as atividades, os convidados puderam conhecer, por exemplo, experiências de produção, conservação de áreas de floresta nativa, mercado para produtos sustentáveis, entre outras discussões de interesse para a Pan-Amazônia.

O evento ocorreu na sede da Embrapa Amazônia Oriental, onde os parlamentares tiveram a oportunidade de conhecer a estação experimental de sistemas agroflorestais (SAF’s). Nessa experiência, diferentes culturas como açaí, banana, cacau, pimenta-do-reino e outras são mantidas em consórcio numa mesma propriedade, como já ocorre na região do município de Tomé-Açu. Dessa forma, a estratégia visa incrementar a produtividade, gerar novas alternativas de renda e contribuir para a sustentabilidade.

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“A nossa intenção é promover a transferência dessa tecnologia, apresentar o que a gente tem, que a Embrapa desenvolveu ao longo dos seus 50 anos para levar para os outros países. A ideia é trabalhar com sistemas ambientalmente amigáveis e que tragam a inclusão produtiva e a remuneração do produtor”, afirmou Bruno Giovany de Maria, chefe adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa.

Durante o evento, técnicos e pesquisadores da instituição mostraram na prática a dinâmica do SAF e puderam esclarecer as dúvidas dos convidados, que viram potencial de expandir a aplicação da metodologia em toda a região. “Para nós é muito importante esse trabalho de visita em campo e de olhar o território para poder ter nossas próprias impressões”, disse a senadora colombiana Yenica Acosta, que é vice-presidente do Parlamaz.

image A senadora Yenica Acosta, da Colômbia, defendeu a atuação conjunta dos países pan-amazônicos em prol da conservação da floresta (Thiago Gomes / O Liberal)

“Nós, como parlamentares, trocamos experiências e também estamos trabalhando para fazer um trabalho mais conjugado entre todos os países para a conservação da nossa Amazônia, da nossa biodiversidade e que aponte para a bioeconomia”, acrescentou Yenica.

No mesmo sentido, a vice-presidente do Parlamaz no Brasil, a deputada federal Socorro Neri (PP-AC), avalia que a entidade pode agir para buscar recursos para que os SAF’s sejam implantados nos demais países em virtude de suas vantagens econômicas, sociais e ambientais. “As vantagens são tantas que nós vamos buscar fazer com que entidades e organismos internacionais se interessem em apoiar iniciativas tão promissoras como essa e que trarão benefícios para as comunidades locais da Amazônia nos nossos países”, declarou.

image A vice-presidente do Parlamaz, deputada federal Socorro Neri, acredita que os SAF's podem ser vantajosos para os países amazônicos (Thiago Gomes / O Liberal)

Mesmo considerando as peculiaridades da Amazônia, Bruno Giovany diz que a eventual adoção dos SAF’s nos modos de produção de outros países é viável e deve representar um ganho no sentido do desenvolvimento sustentável. “A gente tem uma ambiência muito parecida, espécies nativas de frutíferas e arbóreas que são muito semelhantes em toda a Amazônia e o conceito do SAFs é muito importante porque é uma forma de produzir sem fazer queimadas, fazendo só o controle e recuperação da fertilidade do solo e trazendo junto as culturas alimentares, o que garante a soberania alimentar e a preservação do meio ambiente”, destacou o pesquisador.

O encontro do Parlamaz em Belém foi uma etapa preparatória para a realização da Cúpula da Amazônia, que ocorrerá na capital paraense no mês de agosto. O evento deve reunir os chefes de Estado de todos os membros do Parlamento, além da Guiana Francesa em torno de debates sobre a agenda ambiental global e o fortalecimento de medidas para a conservação da floresta.

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