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Pandemia e as eleições 2020 são temas do Liberal Entrevista

Debate contou com a participação da jornalista Cristina Serra e do diretor-geral do TRE/PA, Osmar Frota

Redação Integrada

A jornalista política Cristina Serra e o diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, Osmar Frota, conversaram com as jornalistas e editoras do Conexão AMZ, Layse Santos e Rita Soares, sobre o cenário eleitoral do Brasil e do Estado diante da pandemia do novo coronavírus e o que está sendo feito para garantir as eleições municipais e a segurança da população.

Rita Soares disse que é muito difícil imaginar a realização das eleições em outubro, já que a curva de casos de covid-19 ainda está subindo no Brasil, embora alguns estados estejam em uma situação mais confortável diante da pandemia. Segundo ela, levantamentos mostram que o Pará seria um deles.

“Estudos mostram que o país ainda não teria chegado ao pico da doença. Lembrando que a aglomeração não ocorre apenas no dia da eleição, mas há todo um calendário eleitoral que é cumprido pelos candidatos, com comícios e outros eventos, e que é acompanhado pela população. Tenho quase certeza que as eleições serão adiadas, flexibilizando o tempo dos mandatos no período entre outubro e dezembro. Um exemplo é a Úrsula Vidal, que seria uma das principais candidatas à prefeitura de Belém, mas segue como secretária de Estado, ou seja, talvez esteja contando com esse adiamento”, afirmou a jornalista.

“É a eleição mais próxima do cidadão, é aquela rua que não está asfaltada, a água que não chega na casa das pessoas”, complementou Osmar, ao comentar a falta de Rita sobre o adiamento das eleições e o calendário cumprido pelos candidatos junto à população.

Cristina Serra afirmou que, diante do momento atual, da conjuntura política que se vive hoje, essa eleição é muito importante para a democracia. “É muito importante a gente ter essa eleição, especificamente. A gente ainda não sabe a data ao certo, mas é muito importante participarmos dela. A democracia está passando por testes, então, acredito que essa eleição, particularmente, vai ter um peso simbólico”, avaliou.

Para Rita, hoje, há um “desencanto” com a atual política que é compreensível. Porém, ela reforçou que a melhoria do país passa pelo voto, pela nossa escolha. “Quando a gente abre mão disso, estamos outorgando para o outro o direito de escolher por nós”, destacou.

O diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral, Osmar Frota, garantiu que o TRE está pronto para realizar as eleições a qualquer tempo e que o calendário, para regularização de títulos de eleitor na capital Belém e interior, além de outros prazos voltados aos candidatos, vêm sendo cumpridos.

Urna Eletrônica

Um dos temas abordados foi a importância do voto eletrônico no Brasil. Cristina Serra, que se disse fã do voto eletrônico brasileiro, acredita que o assunto nunca sai do debate. “O questionamento do voto eletrônico normalmente é de alguém que se sentiu prejudicado porque o seu candidato não venceu ou por falta de informação. O estranho é o próprio presidente Bolsonaro questionar a modalidade, sendo que ele foi o vencedor da eleição, na campanha ele falou muito disso. Acredito que ele fala porque sabe que uma parcela da população não o apoia”.

Cristina contou que cobriu todas as eleições presidenciais ocorrida no país, desde 1989, pós Constituição de 88, e viu essa transformação e tecnologia ser implantada e avançar aos poucos.

“Poucos países do mundo têm o que nós temos, poucos minutos após a votação, já temos o resultado. É um sistema seguro, desenvolvido, tem países que vêm aqui aprender sobre ele. Questionamentos sobre a urna eletrônica não tem cabimento e, em geral, são consequência da falta de informação e esclarecimento. Sou fã do sistema eleitoral brasileiro”, afirmou Serra.

A segurança e transparência da votação foram reforçadas pelo diretor-geral do TRE. “Tenho 14 anos de trabalho no Tribunal, que é um instituição séria, que não só faz a eleição, mas também julga os processos eleitorais. A urna deveria ser motivo de orgulho, porque é algo que a gente criou, é um sistema criado pelo Brasil”, enfatizou. Osmar reforçou que a urna não é conectada na internet e usa um sistema de rádio para conexão.

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