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O que significa 'Jack'? Gíria utilizada por Marçal contra Datena antes de cadeirada em debate

Em um determinado momento de sua fala, Marçal (PRTB) chamou Datena (PSDB) de “Jack”, uma gíria bastante conhecida dentro dos presídios brasileiros

Gabriel Bentes
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Além da "cadeirada" que Datena deu em Pablo Marçal no debate eleitoral promovido pela TV Cultura com candidatos à Prefeitura de São Paulo, nesse último domingo (15), uma gíria polêmica utilizada na troca de farpas entre os concorrentes ao cargo também instaurou um clima de tensão no evento.

Em um determinado momento de sua fala, Marçal (PRTB) chamou Datena (PSDB) de “Jack”, uma gíria bastante conhecida dentro dos presídios brasileiros. O termo é utilizado para se referir a detentos acusados de cometer crimes sexuais, particularmente estupros. Embora seja utilizado para com internos do sistema carcerário, a gíria também é utilizada para se referir a pessoas em liberdade que cometeram os abusos sexuais.

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Origem da gíria "Jack"

A gíria tem origem na associação com Jack, o Estripador, um famoso serial killer - em português, assassino em série -.que aterrorizou o Reino Unido em 1888. Naquele ano, Jack, o Estripador, matou cinco mulheres em um período um pouco menos de três meses. As vítimas do assassino foram encontradas com mutilações no rosto, pescoço e genitais. E um detalhe comum que chamava bastante era que o criminoso estripava as mulheres, isto é, retirava seus órgãos internos e deixava as tripas à mostra. Embora ele fosse bastante procurado, as investigações nunca encontraram o assassino, que se tornou um dos maiores mistérios da Inglaterra.

Não se sabe exatamente quando as palavras "estripar" e "estuprar" passaram a ser confundidas, sobretudo nas cadeias, e carregar o mesmo significado, mas "Jack" passou a ser ligado estuprador, alguém odiado e geralmente excluído do convívio com outros presos.

Datena versus Marçal

No debate, Pablo Marçal usou a gíria para atacar José Luiz Datena em relação a uma acusação de assédio sexual feita em 2019 por uma funcionária da TV Bandeirantes, emissora na qual Datena trabalha. Nunca houve provas e o caso não progrediu. 

“Homem é homem, mulher é mulher. Estuprador é diferente. Sabe o que eu estou falando, né? Tem alguém aqui que é ‘Jack’? Que está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual. Essa pessoa, ‘Dapena’, eu queria que você pedisse perdão para as mulheres. (…) Explique e peça perdão para todo o eleitorado feminino do Brasil”, disse Marçal, durante o debate, momentos antes da agressão com o assento.

Datena refutou a acusação: "O Ministério Público arquivou o processo. A pessoa que me acusou se retratou publicamente em cartório, pediu desculpas para mim, para minha família”.

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Mirelly Pires, editora web de oliberal.com)

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