Motta diz que Tarcísio tem interesse pela anistia, mas não há definição sobre o tema
A oposição pressiona para que Motta paute pelo menos a urgência na próxima semana

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ainda não há definição sobre a possibilidade de pautar o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As declarações ocorreram na manhã desta quinta-feira (4), na semana em que teve início o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Na quarta-feira (3), Motta se encontrou em Brasília com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro, que tem persuadido parlamentares a favor da anistia. "Nós estamos muito tranquilos com relação à discussão dessa pauta. Não há ainda nenhuma definição", disse Motta, ao ser questionado sobre a possibilidade de votação da anistia. "Estamos sempre ouvindo o colégio de líderes nessas pautas", acrescentou.
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O presidente da Câmara comentou a reunião com Tarcísio: "O governador é um querido amigo, é do nosso partido, nós temos dialogado sempre. Não tem nenhuma novidade com relação a isso". Questionado se conversaram sobre a anistia, Motta respondeu: "O governador tem um interesse de que se paute a anistia, isso é público. E nós estamos ouvindo a todos. Estamos ouvindo os líderes que têm interesse e aqueles também que não têm interesse".
Conforme mostrou o Estadão/Broadcast durante a semana, Motta admitiu que aumentou o número de líderes partidários que pedem a anistia. O apoio foi avaliado em reunião com os líderes na última terça-feira (2).
A oposição pressiona para que Motta paute pelo menos a urgência na próxima semana e realize a votação do mérito na semana do dia 15. Nesta manhã, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou ter uma reunião marcada com o presidente da Casa para tratar sobre o tema. O bloco sustenta que Bolsonaro tem sido vítima de perseguição política.
Governistas, porém, argumentam que o projeto é inconstitucional e que a votação pode representar um novo conflito entre o Congresso Nacional e o STF.
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