Lula sobre violência nas escolas: ‘Não tem game falando de amor’
Declaração aconteceu durante reunião para discutir o discurso de ódio nas redes sociais.
Nesta terça-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros, governadores e chefes dos poderes Legislativo e Judiciário no Palácio do Planalto. O tema da reunião foi o uso das redes sociais para disseminação de discurso de ódio, que se tornou uma prioridade do governo após os recentes ataques em escolas. Em Blumenau, quatro crianças morreram, e em São Paulo, uma professora foi assassinada em outro atentado. Lula criticou a violência dos videogames e disse que não há jogos que falem de amor.
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Durante a reunião, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que nos últimos dez dias 756 perfis em diferentes plataformas digitais foram retirados do ar por estimular ações violentas em unidades escolares. O presidente Lula destacou a complexidade desse cenário e alertou para o fato de que a escola, que deveria ser um lugar de acolhimento e segurança, está sendo invadida pela violência. E ressaltou que as plataformas digitais possuem uma rede do bem e outra do mal, mas esta última vem predominando.
Big techs são criticadas: ganham dinheiro com a violência
Lula também criticou o papel das grandes empresas que ganham dinheiro com a divulgação da violência, como as big techs, no combate às fake news e discurso de ódio. “As chamadas grandes empresas que ganham dinheiro com a divulgação da violência estão cada vez mais ricas. Alguns têm os empregados mais ricos do planeta. E continuam divulgando qualquer mentira, sem nenhum critério. Por isso, eu resumiria essa reunião na frase do Alexandre de Moraes: as pessoas não podem fazer na rede digital aquilo que é proibido na sociedade. Não é possível que eu possa pregar o ódio na rede digital, que eu possa ficar fazendo propaganda de arma, ensinando criança a atirar.”
Além disso, o presidente também questionou a natureza de alguns jogos oferecido às crianças e adolescentes, criticando a falta de temas mais salutares, como a paz, o amor e a educação, em detrimento de games que ensinam a matar. “Não tem game falando de amor, nem de educação. É só game ensinando a molecada a matar. É só pegar o jogo da molecada, o meu filho, o filho de cada um de vocês. O meu neto, o neto de cada um de vocês (…) Eu duvido que tenha um moleque de 8, 9, 10,12 anos, que não esteja habituado a passar grande parte do tempo jogando essas porcarias”.