Lula defende taxação dos super-ricos em fórum na Suíça
Presidente também provoca Elon Musk

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua intervenção na sessão de encerramento do fórum inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, ressaltou a interligação entre o bem-estar da população e os compromissos de preservação do meio ambiente. Ele defendeu a necessidade de uma relação equilibrada entre capital e trabalho para reduzir as desigualdades sociais, durante a 112ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça.
Lula, ao aceitar o convite para copresidir a Coalizão Global para a Justiça Social ao lado do diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, enfatizou a importância dessa iniciativa para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Ele alertou para o insuficiente avanço do ODS 8 sobre Trabalho Decente para Todos, apontando a persistência da informalidade, precarização e pobreza.
Em relação aos desafios atuais do mercado de trabalho, Lula destacou o aumento dos empregos informais, a queda na renda para os menos escolarizados e a exclusão das novas gerações do mercado. Ele salientou que muitos jovens estão fora do sistema educacional e do mercado de trabalho, enquanto a pobreza extrema afeta milhões de trabalhadores empregados. Além disso, ressaltou as desigualdades de gênero, raça, orientação sexual e origem geográfica como agravantes desse cenário.
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“Recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente. A mão invisível do mercado só agrava desigualdades. O crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, gerando insatisfação e muita polarização. Não se pode discutir economia e finanças sem discutir emprego e renda. Precisamos de uma nova globalização, uma globalização de face humana”, disse Lula.
Ele argumentou que o crescimento da produtividade não tem sido acompanhado pelo aumento dos salários, o que gera insatisfação e polarização. Destacou ainda a necessidade de uma "globalização de face humana" e defendeu a taxação dos super-ricos como medida crucial para combater as desigualdades.
Presidente critica aumento da concentração de renda
“Estamos discutindo como promover uma transição justa e utilizar as tecnologias emergentes para melhorar o universo laboral. Nossa iniciativa prioritária, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, busca acelerar os esforços para eliminar essas chagas. O Brasil está impulsionando a proposta de taxação dos super-ricos nos debates do G20”, afirmou.
Por fim, criticou a concentração de riqueza, apontando para o número crescente de bilionários. "A concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais. Não precisamos buscar soluções em Marte. É a Terra que precisa do nosso cuidado”, acrescentou o presidente, em referência ao bilionário Elon Musk, dono da empresa de exploração espacial Space X.
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