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Garimpeiros pedem transporte do governo federal para deixar terra yanomami

Grupos dizem que dificuldades impostas pela lei criarão ‘uma nova crise humanitária’

O Liberal
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Defensores da garimpagem estão pedindo ajuda ao governo brasileiro para remover dezenas de milhares de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, que cobre partes dos estados de Roraima e Amazonas. As informações são da Agência Brasil.

No entanto, representantes dos garimpeiros argumentam que as medidas implementadas pelo governo federal, como o controle do espaço aéreo e a proibição de entrada de não indígenas, tornaram difícil a movimentação dentro da maior terra indígena do país, que tem cerca de 9,6 milhões de hectares.

“A lei tem que ser cumprida. Não vamos discutir isso, mas precisamos que o governo federal ajude os trabalhadores em algumas questões”, declarou à Agência Brasil o coordenador de articulação política do Movimento Garimpo é Legal, Jailson Mesquita.

Garimpeiros em áreas remotas são os mais afetados

Segundo Mesquita, as proibições governamentais impostas nas últimas duas semanas têm impedido que garimpeiros em áreas remotas encontrem meios de transporte para deixar a Terra Indígena. Alguns garimpeiros estão se reunindo para tentar sair da TI a pé, caminhando pela floresta amazônica, uma jornada que pode levar mais de 20 dias.

“Isso é uma tragédia anunciada, o provável começo de uma nova crise humanitária. Estamos falando de trabalhadores. Há pessoas já não são tão jovens, com mais de 40 anos, mais de 50 anos; mulheres e muitas pessoas que nunca fizeram uma caminhada como esta. Fora que há o risco desses grupos se encontrarem com grupos indígenas e, disso, resultar em um confronto, com garimpeiros e índios se matando mutuamente”, acrescentou Mesquita.

Quais sãoas demandas dos garimpeiros ilegais?

Representantes dos garimpeiros apresentaram ao governo estadual de Roraima e a parlamentares uma lista de ações esperadas para a saída dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami.

Eles solicitam que o governo federal permita o acesso de aviões e lanchas particulares ao interior da TI ou forneça transporte aéreo ou fluvial para quem deseja sair da área.

Em caso de transporte por aeronaves, pedem que sejam previamente estabelecidos e anunciados os locais de destino para ajuda, incluindo as pistas de pouso e decolagem. Não houve reunião com nenhum representante do Poder Executivo federal.

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“Também é importante que o governo federal se comprometa a não criminalizar os garimpeiros que buscarem ajuda do Poder Público para deixar a área. Do contrário, será impossível reuni-los. Eles vão ficar no meio do mato e, amanhã ou depois, teremos que mobilizar o governo para recuperar corpos ou resgatar pessoas desaparecidas”, acrescentou Mesquita, defendendo que também seja criada uma comissão, composta por parlamentares do estado, responsável por acompanhar a situação.

“Estamos nos colocando à disposição para ajudar na remoção dos garimpeiros que esperam o apoio [do governo federal] para deixar a área espontaneamente. Não precisamos de espetáculos [midiáticos], pois estamos lidando com vida. Com as dos nossos irmãos indígenas e com as de entre 15 mil e 20 mil garimpeiros que sabem que a garimpagem em terras indígenas é ilegal, mas também que foi fruto de um arranjo social que a sociedade fez para permitir a subsistência [das pessoas em um] estado que não tem nada, não tem uma indústria que gere empregos”, finalizou Mesquita.

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