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Estudo da Fundação Pros mostra que metade dos deputados e senadores rejeita Lula

Para o levantamento, petista deverá ter dificuldade na aprovação de pautas importantes pelo novo Congresso Nacional

O Liberal

Estudo feito pela Fundação do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), e divulgado nesta sexta-feira, 6, pela Folha de São Paulo, aponta que pelo menos da metade do novo Congresso Nacional rejeita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento levou em consideração redes sociais, perfis, declarações e atos legislativos dos dos 513 deputados federais e 81 senadores que comporão a Casa a partir de fevereiro. Com isso, especula-se a dificuldade que o presidente poderá ter nos próximos meses para firmar uma base sólida de apoio e conseguir a aprovação de projetos importantes. 

A Folha aponta que a análise do Pros estima que 49% dos novos deputados e 49% dos novos deputados não têm afinidade com o novo governo, indicando uma “baixa adesão” às pautas de Lula e do PT, estando essa parcela dos parlamentares muito mais próxima às ideias bolsonaristas. 

Para o veículo, o presidente precisaria ter um Congresso pelo menos 60% favorável para ter mais tranquilidade na aprovação de projetos e alterações na Constituição, por exemplo. 

Rejeição provém principalmente das siglas mais ao centro e à direita

Essa dificuldade de adesão, acredita o estudo, se deve ao fato de Lula ter precisado se aproximar de siglas muito mais alinhadas ao centro e à direita, para poder compor a coligação que venceria as eleições, com Geraldo Alckmin (PSB), por exemplo, como candidato a vice-presidente. 

Outro exemplo claro disso seria a aliança com partidos como o PSD, o MDB e o União Brasil, que já abocanharam nove ministérios do novo governo. Mesmo assim, segundo o levantamento do Pros, os parlamentares desses três partidos apresentam tendência de rejeitar as ideias de Lula. Então, seria muito difícil o presidente conseguir apoio de todos os deputados e senadores dessas siglas e, mesmo que conseguisse, o número de parlamentares ainda seria insuficiente para aprovar emendas à Constituição.  

Para o levantamento, reportado pela Folha de São Paulo, é ainda mais necessário que, além do apoio dos partidos, o governo busque se aproximar individualmente de cada parlamentar, como foi feito, por exemplo, com o presidente da Câmara e líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), que recebeu apoio para buscar a reeleição na liderança da Casa em fevereiro, o que aproxima o governo de partidos historicamente alinhados à base de sustentação do governo Bolsonaro, como o próprio PP, Republicanos e PL. 

Apesar das dificuldades apontadas, o estudo ressalta uma tendência favorável de governismo no Legislativo, no início deste mandato, como mostrou a votação da PEC da Transição, que deu ao novo governo uma folga no teto de gastos para este ano. 

O foco do PT agora, prevê a pesquisa, deve ser atrair o Republicanos para a base e reforçar o laço com os partidos já cooptados, com a distribuição dos cargos de segundo escalão, tanto para os que já foram contemplados com ministérios quanto para as menores siglas, como é o caso do próprio Pros, que aprovou fusão com o Solidariedade, tornando-se Solidariedade-Pros. 

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