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Empresários e políticos do Pará cobram prudência na reabertura de estabelecimentos

Eles avaliaram o pronunciamento de Bolsonaro em rede nacional e a mudança de tom sobre o isolamento social

Roberta Paraense

No mais recente pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na noite de terça-feira (31), o chefe de Estado mudou o tom quanto ao isolamento social, tão criticado por ele nos discursos anteriores. O presidente alegou que a sua “preocupação sempre foi salvar vidas. Tanto as que perderemos pela pandemia como aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome". A mudança de posicionamento gerou repercussão entre os empresários, sindicalistas e políticos que pedem prudência na volta à vida normal. 

O deputado federal Cássio Andrade (PSB) afirma que o presidente Bolsonaro foi sensato em voltar atrás do seu posicionamento. “Ele foi aconselhado a dar esse novo discurso. Espero que ele o transforme em atos. Não adianta falar e ir passear, como ele fez debochando do mundo. O isolamento é uma ajuda ao próximo”, observa.

O parlamentar acredita que o pronunciamento anterior de Bolsonaro não foi estratégico para revelar seus verdadeiros opositores, como há rumores no meio político.

“Não acredito que o presidente é um estrategista. Ele pensa muito na economia, que vai nortear o seu governo. Foi egoísta. Não vê com a preocupação de um chefe de nação. Ele foi na contramão de todos preocupado com a política ao desdenhar a doença. Em relação à economia, Cássio Andrade afirma: “vai quebrar, mas o Estado tem reservas. A economia a gente recupera, as vidas não”. 

Prudência 

O diretor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado (SHRBS-PA), Fernando Soares, acredita que o abandono da quarentena deve ser feito com prudência, mesmo que a medida devaste a economia.

“O compasso da retomada da abertura dos estabelecimentos, sobretudo dos restaurantes, deve ser de acordo com a evolução dos vírus no Brasil. A prevenção é o melhor caminho, mesmo sendo uma queda brusca na economia para toda a sociedade, não podemos arriscar. A retomada tem de ser escalonada para evitar a contaminação de muitas pessoas”, observa Fernando.  

De acordo com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), 75% das hospedagem corporativas foram canceladas e 100% das turísticas estão sendo remarcadas ou canceladas no País.

“A retomada tem que ser paulatina. Ninguém irá viajar durante um certo espaço de tempo ainda com medo do vírus, poucos devem se aventurar a sair de casa, ainda com medo”, destaca Fernando.

A FBHA calcula também que, 80% dos bares e restaurantes terão prejuízos no Brasil. “Temos de pensar nos estabelecimentos que vendem na rua e no interior do Estado. Temos de ver no sentido macro. Mas temos de esperar o pico passar para retomar as atividades”, ressalta o diretor. 

Necessidade 

Embora os postos de combustíveis e supermercados não tenham sido fechados em meio à pandemia, há uma preocupação com as medidas sanitárias adotadas por estes estabelecimentos para evitar a propagação do novo coronavírus.

O presidente do Sindicato das Empresas Revendedora de Gás Liquefeito de Petróleo do Pará (Sergap) e advogado do Sindicato das Empresas de Comércio e Supermercados e Autosserviço do Pará (Sindesspa), Francinaldo Oliveira, garante que os serviços devem continuar com ressalvas. “Eles são essenciais e não podem parar, desde que os empresários adotem medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, como a limpeza e distanciamento dentro dos estabelecimentos”, diz. 

Em relação ao pronunciamento de Jair Bolsonaro, Francinaldo afirma que deve ser analisado cada caso específico. “Essa suspensão do isolamento deve ser feito de acordo com cada momento. Tem de se avaliar no dia a dia o que está ocorrendo com os números levantados e, assim, gradualmente ser liberada as atividades econômicas, porque as empresas já estão enfrentando dificuldades”, alerta. 

Francinaldo ressalta a importância da liberação dos serviços essenciais nas cidades do interior do Estado, sobretudo naquelas que são cortadas por rodovias.

“Pedimos que os prefeitos desses municípios se abstivessem de colocar em isolamento os supermercados, postos de combustíveis e revendedores de gás. Eles servem de locais de abastecimento e de apoio aos caminhoneiros que estão transportando equipamentos para enfrentar a crise: medicamento e outros bens de primeira necessidade”, frisa.

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